Embora tenha sido derrotado no segundo turno, Marciano Perondi (PL) conseguiu uma votação histórica. Com 86,4 mil votos, Perondi teve a maior votação de um candidato derrotado desde 2004, quando o próprio Marroni fez 91 mil votos e perdeu para Bernardo de Souza, que fez 100 mil votos.
Já Marroni teve o menor número de votos para um prefeito eleito desde 1996, quando ele mesmo foi derrotado por Anselmo Rodrigues, com 85,4 mil votos – naquela eleição, Marroni fez 79,4 mil votos.
O resultado acirradíssimo destaca o protagonismo de Perondi no cenário eleitoral deste ano, mas não é um mérito individual dele. Na eleição para vereador, o PL teve dois parlamentares eleitos, o que reforça que há uma onda de direita bolsonarista em Pelotas, tanto que o partido teve o segundo vereador mais votado, Marcelo Bagé.
Além da onda bolsonarista, Perondi também teve a seu favor o desgaste do PSDB, a perspectiva de renovação e o voto antipetista. Embora tenha perdido a eleição, o saldo para Perondi é positivo. Ao longo da campanha, acumulou apoios expressivos, como o do deputado Daniel Trzeciak (PSDB), e tornou-se uma liderança importante para a direita de Pelotas e da região.
A depender dos rumos do PL nos próximos anos e da atuação da bancada na câmara, Perondi pode continuar sendo um nome forte para a direita pelotense, mesmo que ainda não tenha deixado claro se continuará na política. Os números de domingo pavimentam o caminho para seguir uma carreira na política.
Agora, cabe a Perondi cultivar o capital político e a exposição conquistados durante a eleição para se projetar para futuras disputas. O que fica claro é que há espaço para políticos identificados com a direita e que há potencial para esse campo nas próximas disputas. Inclusive em 2026, quando poderá haver três nomes fortes na direita: Perondi, Trzeciak e Bagé.
Resta ver como a direita irá se organizar para chegar coesa nas próximas eleições.