Em entrevista ao A Hora do Sul, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) detalhou o cenário que o próximo gestor irá encontrar na prefeitura a partir do dia 1º de janeiro. Conforme a chefe do executivo, os maiores problemas fiscais que deteriorariam a estrutura fiscal do paço municipal foram corrigidos, porém mesmo assim, Paula aponta que o próximo prefeito deverá ter desafios consideráveis na administração. Principalmente devido a grande fatia de emendas impositivas da Câmara de Vereadores ao orçamento.
“A Câmara vai passar a ter R$ 51 milhões em emendas impositivas. Isso é um problema muito sério, não sobra isso para investimento e agora tudo que sobrar vai ser definido pela Câmara. Como reduzir a máquina pública em um cenário desses? O próximo gestor vai ter essa dificuldade”, detalha.
A frente da gestão de Pelotas há oito anos, Paula afirma que passará uma prefeitura mais organizada e saudável do que a encontrada por ela em 2016. “É verdade que com dificuldades, mas estruturalmente com muitos problemas resolvidos. A maioria dos problemas estruturais que sugaram a prefeitura, que corroem a estrutura fiscal, foram corrigidos”.
Dentre as dificuldades resolvidas, estariam a dívida com a CEEE e despesas com processos judiciais. “Pelotas era a maior devedora do Estado, o piso do magistério, perdíamos sucessivamente processos judiciais, tínhamos outros processos, mas que fomos resolvendo”.
Recurso livre
Para a utilização do próximo prefeito, o município deverá ter disponível R$ 60 milhões de recurso livre para investimento. Em contraponto, o déficit orçamentário será de R$ 191 milhões. “Mas é perfeitamente possível zerar em um ano com responsabilidade fiscal e austeridade. Tínhamos um déficit neste ano de R$ 282 milhões e já está em R$ 58 milhões e vamos zerar até o fim do ano”.
Desafios para os próximos quatro anos
“As receitas não dão conta do peso da máquina pública de Pelotas, as despesas ainda são maiores”, declara Paula. Conforme a prefeita, a pandemia, o corte da alíquota de ICMS, as consecutivas estiagens e outros problemas climáticos causaram grandes despesas que comprometeram maiores investimentos em áreas como a zeladoria. “É uma situação melhor, mas o próximo governo não vai ser fácil”.