Eduardo Viebrantz, 29, atua como designer e serigrafista há pelo menos oito anos. Eduardo tem uma marca de roupas próprias, onde coloca sua arte em prática e tem grandes realizações, como colabs com artistas nacionais e internacionais. Hoje ele tem uma serigrafia, que chama de laboratório de ideias, onde cria estampas autorais, além de outras marcas. Participa de muitos eventos culturais locais, incluindo festas locais, eventos de rap, música eletrônica, sempre concentrado na cena underground.
Como surgiu a ideia de criar a sua própria marca de roupas?
Surgiu depois de um tempo estudando design, como forma de renda e tentativa de largar a CLT. Comecei fazendo camisetas de bandas e filmes, mas depois de um tempo percebi que isso não era o que eu queria e comecei a criar estampas autorais.
Como as parcerias com outros artistas influenciaram no processo criativo e o crescimento da marca?
Hoje em dia, todas colabs que fazem parte da marca, sejam produções colaborativas ou autorais de outros artistas, servem de total inspiração e estudo. Costumo analisar os conceitos usados, processos criativos, assim como aprender um pouco mais do estudo de serigrafia que envolve cada estampa. É como conversar com alguém que entende minha linguagem, e isso me inspira e cria conexões muito poderosas.
Como você equilibra a criação para si e para outros clientes, mantendo sua essência?
Eu cresci sendo uma pessoa muito criativa. Hoje em dia, o que mais me atrapalha é justamente a questão de querer abraçar o mundo das ideias e não conseguir produzir todas que tenho em mente. Acaba sendo demorado para dar atenção a todos os projetos. Porém, a galera que produz comigo já está ciente que trabalho com “slow fashion”, e tudo é feito no tempo humano, fugindo do consumo desenfreado que as grandes marcas estabelecem.
Como a conexão com a música e eventos culturais impactam o estilo e a proposta das criações?
É a parte mais legal do meu trabalho. Sempre fui um cara muito musical, inspirado em capas de álbuns, estéticas, tipografias e afins. Estar presente em eventos que têm propostas artísticas é como entrar num mundo que sempre pertenci, me sentindo parte daquilo, buscando inspiração e inspirando outras pessoas. Acho incrível a troca de experiências que existe nesses núcleos, e é nesses lugares onde eu crio um pouco de esperança sobre o mundo e sobre as pessoas, e isso reflete nas minhas criações.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao longo da carreira como designer e serigrafista?
Sem dúvidas, criar coragem para botar a cara a tapa e perder o medo dos erros e julgamentos. Trabalhar com serigrafia, design, arte e moda me ensinou muito, principalmente a lidar com frustrações e passar por cima delas como aprendizado. É um jogo estranho, mas que segue me ensinando tudo o que eu preciso pra entender meu lugar no mundo. Entender sobre individualidades, respeito às pessoas e ao tempo, principalmente o meu, são os maiores aprendizados que tiro do meu trabalho.