Moradores da zona rural ainda enfrentam impactos das chuvas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira25 de Novembro de 2024

Infraestrutura

Moradores da zona rural ainda enfrentam impactos das chuvas

No Monte Bonito, ponte na Estrada dos Italianos desgastou as cabeceiras de areia por conta da força da água

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Moradores da zona rural ainda enfrentam impactos das chuvas
Comunidade precisa improvisar travessia (Foto: Jô Folha)

O acumulado de chuvas que caiu sobre a região no início da primavera provoca consequências em estradas e pontes que se mantém até hoje. No Monte Bonito, na zona rural da cidade, ainda existem pontos em que travessias estão comprometidas, bloqueando o trânsito.

Um desses locais fica na Estrada dos Italianos, localidade Passo da Tatua, onde uma ponte de quase dez metros de comprimento teve as cabeceiras de areia levadas pela força da água. O volume somado à força da água causou também o desprendimento de parte do solo de um dos lados do córrego. O terreno é preenchido por bambus, cujo peso levou ao tombamento do pedaço de terra. Atravessado na sanga, a vegetação atrapalha o fluxo natural da água.

O agricultor Otávio dos Santos, 56 anos, vive ao lado do córrego. Mesmo assim, ele reservou a tarde desta quarta-feira (23) para tentar desobstruir a sanga, diante da previsão de chuvas da semana. Com a ajuda de uma machadinha, o homem limpava a vegetação. “A água ultrapassou a ponte, veio por cima e tombou os bambus, bloqueou o fluxo da água e piorou a situação. Abriu a cabeceira da ponte mais ainda. Ela já estava um pouco fraca antes”, conta.

Prazo e demanda

Além disso, ele revela que o prazo dado pela prefeitura para começar a manutenção do trecho foi o dia 27 deste mês, a depender das condições climáticas e da demanda por outras intervenções. “Só dizem que não tem verba, não tem dinheiro. Até agora, não veio ninguém arrumar a ponte. Tem cinco moradores aí para cima que não conseguem passar de volta. É um atalho muito bom, para cima a estrada é muito ruim”, expõe.

Medida de emergência

A alguns metros dali, na estrada principal, um trecho que perpassa a mesma sanga também ficou com as cabeceiras destruídas. Por comprometer o acesso de uma parte maior da comunidade, os moradores preferiram não esperar e refizeram a estrutura com as próprias mãos. “Nós éramos quatro pessoas. Com a ajuda do trator do vizinho fizemos as cabeceiras novas, com terra e pau nas pontas. A gente suspendeu a ponte e colocamos terra”, diz dos Santos.

Dono do maquinário agrícola e morador do lado que estava sem acesso, Sidnei Fonseca, 63 anos, admite que não teve outra alternativa a não ser fazer o conserto da travessia, importante no deslocamento de toda a colônia. “A prefeitura não está podendo atender tudo e a saída para o outro lado é intransitável. Não gostaram muito que mexemos nela, mas o que podemos fazer? Eu tenho produto para tirar e tudo mais”, alega Fonseca.

Como a reforma foi feita de maneira emergencial, uma placa “somente veículos leves” foi instalada antecedendo a ponte. No entanto, o aviso não impediu o trânsito de veículos de grande porte. “Não respeitam. Colocaram a placa muito perto da ponte. Caminhões e até tratores grandes chegam ali e não voltam”, lamenta.

A prefeitura de Pelotas foi questionado sobre o cronograma de manutenção de vias e pontes na zona rural da cidade, mas não respondeu até a última atualização desta matéria.

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