Iluminando o Outubro Rosa, a exposição fotográfica da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) exibe uma série de fotografias de usuários que enfrentam ou já passaram pelo tratamento do câncer de mama, com a intenção de sensibilizar e conscientizar as pessoas sobre ações preventivas através da arte.
Nesta quarta-feira (16) foi a vez de apresentar cada uma das histórias registradas pela fotógrafa Laura Cruz na ala de oncologia da Faculdade de Medicina da UFPel (Famed).
Há uma parceria firmada entre a Aapecan e o Hospital Escola (HE/UFPel). Usuários da associação são atendidos no ambulatório de oncologia da Famed, tanto em quimioterapia quanto em radioterapia, e posteriormente retornam à casa de acolhimento.
Além disso, todos os modelos que posaram para as fotos também são ex-pacientes da unidade de atendimento oncológico. Para quem passa pelo processo de combate à doença, incluindo homens, que também são acometidos, a exposição funciona como vetor de encorajamento para seguir em frente.
Suporte para a superação
Curada de um câncer de mama, Arlene Cardoso, 70 anos, enaltece a importância da Aapecan durante todo o tratamento, que durou quase dois anos. Com histórico de tumores na família, a idosa já perdeu a mãe e outros três irmãos, vítimas do câncer de mama, próstata, pulmão e esôfago. Ela considera de grande valia não só a exposição, mas qualquer forma de fomento ao tema, para que as pessoas busquem o diagnóstico o mais precoce possível.
“Isso toca no coração de quem quer ser curado, quem quer ser tratado. Isso é muito bom. Que continuem sempre fazendo. Passamos muitos perrengues no passado por falta de orientação e informação. Hoje, quanto mais divulgar, melhor”, aponta Arlene.
Compartilhar a cura
Uma das usuárias que participaram das fotos foi Cláudia Vargas. A mulher de 52 anos descobriu o câncer de mama em um exame de rotina, em 2022. Acompanhada de uma amiga que já conhecia a casa, começou a frequentar a Aapecan. Atualmente, curada, Cláudia trabalha na instituição como cuidadora. “Eu me senti muito em casa aqui. Eles me ajudaram e me ajudam muito, em todos os aspectos”, relata a usuária.
Olhar atento entre os homens
Neste ano, a mostra retrata pela primeira vez um usuário masculino, acendendo um alerta importante para o risco de diagnóstico da doença também entre os homens. A psicóloga da unidade Pelotas, Mariana Aires, explica a relação entre a doença e o sexo masculino.
“Geralmente, são só as mulheres que participam das fotografias. Neste ano, temos também um homem, mostrando que para o sexo masculino também é importante realizar os exames e dar atenção à prevenção, embora a incidência do câncer de mama seja muito menor”, diz.