Pesquisa aponta insatisfação com custos de pedágios da Ecosul
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira25 de Novembro de 2024

Polo rodoviário

Pesquisa aponta insatisfação com custos de pedágios da Ecosul

Levantamento indica que 96% dos mais de mil condutores entrevistados consideram valores caros. Em proposta de renovação do contrato, concessionária propõe redução de tarifa

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Pesquisa aponta insatisfação com custos de pedágios da Ecosul
Polo rodoviário de Pelotas tem 457 quilômetros. (Foto: Ecosul)

A menos de dois anos do vencimento do contrato de concessão do polo rodoviário de Pelotas com a Ecosul, a Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (Fetransul) realizou uma pesquisa sobre o nível de satisfação dos usuários das malhas concedidas e sobre o que pensam acerca da renovação da outorga da empresa. De acordo com o levantamento, 96% teriam considerado o pedágio caro e 89% esperariam por nova licitação ao fim do contrato. Já na pesquisa do IPO, contratada pela Ecosul, a concessão alcança uma aprovação de 86%.

Segundo a Fetransul, a iniciativa tem o objetivo de fornecer subsídios às autoridades sobre a expectativa da população e dos operadores de transporte e logística a respeito da decisão mais adequada com o fim do contrato. Para o diretor de Infraestrutura da Fetransul, Paulo Ziegler, a pesquisa demonstra uma insatisfação com a concessionária devido aos valores da tarifa.

“E o uso de seu contrato extremamente vantajoso até o fim, para só então entabular negociações com o governo federal visando fazer investimentos em troca de menor tarifa e uma segunda prorrogação de seu contrato”, critica.

Federasul aponta perdas

Ativa nas discussões sobre o fim da concessão da Ecosul, a Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul) aponta que os valores mais elevados das tarifas do polo rodoviário de Pelotas em comparação a outros pedágios causariam perda de cargas para os portos de Santa Catarina, dificuldades para a atratividade de indústrias para a Zona Sul e encarecimento de produtos.

Conforme o vice-presidente da entidade, Antonio Carlos Bacchieri, a Federasul tem articulado com outras associações para que o governo federal lance uma nova licitação ao invés de renovar a concessão com a Ecosul. “Não queremos que exista a possibilidade de renovação porque esse contrato foi muito mal feito. Uma nova licitação com outros participantes e até a própria Ecosul se quiser para que a gente tenha um pedágio justo”, sustenta.

A concessão

Com 457,3 quilômetros de extensão, o polo rodoviário de Pelotas é composto pela BR-116, entre Camaquã, Pelotas e Jaguarão, assim como a BR-392 em Rio Grande, Pelotas e Santana da Boa Vista. A Ecosul tem a concessão da área desde 1998 e com a proximidade do fim do contrato, em março de 2026, os valores de tarifas e o formato do contrato em vigor têm se tornado o cerne de discussões devido ao impacto para o futuro do desenvolvimento da Zona Sul.

Enquanto a Ecosul apresentou uma proposta para a renovação da concessão, entidades reivindicam que a União abra uma nova licitação.

Avaliação da Ecosul

Em nota, a Ecosul declara que desconhece a metodologia utilizada na pesquisa e, portanto, a empresa não teria como avaliar os resultados divulgados, uma vez que não possui acesso aos critérios e técnicas aplicados no estudo.

Além disso, a concessionária informa que também executou uma pesquisa de satisfação, realizada pelo Instituto Pesquisa de Opinião (IPO). O estudo, ocorrido em abril deste ano, teria revelado que a grande maioria dos usuários têm uma opinião positiva sobre a Ecosul.

No levantamento, a concessão alcança uma aprovação de 86%. Em relação aos serviços prestados, o resultado foi de 90,5% de satisfação.

Renovação de contrato

Na proposta, a renovação do contrato seria pelo período de 15 anos, com a redução imediata da tarifa de pedágio e a manutenção dos investimentos para a continuação de obras como a recuperação da antiga ponte sobre o canal São Gonçalo e a duplicação do lote 4 da BR-392, no acesso ao Porto de Rio Grande.

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