Dia Mundial de Saúde Mental pede mais conexões presenciais

Saúde

Dia Mundial de Saúde Mental pede mais conexões presenciais

Com gerações cada vez mais ligadas às redes, especialistas orientam as pausas como ferramenta para o equilíbrio

Por

Dia Mundial de Saúde Mental pede mais conexões presenciais
O nível de estresse, multiplicado pelo tempo de uso do celular, é igual a produtividade do dia. (Foto: Jô Folha)

Duas perguntas deveriam ser feitas quase que instantaneamente no Dia Mundial da Saúde Mental: quanto tempo eu passo na frente das telas? E como está meu emocional? As respostas podem surpreender e levar muitas pessoas a buscar ferramentas que possam equilibrar os compromissos profissionais e sociais, quase tudo ligado à tecnologia, com momentos de lazer e relaxamento.

O nível de estresse, multiplicado pelo tempo de uso do celular, é igual a produtividade do dia. Se a conta não bate, é porque algum número está pesando mais, ou melhor sobrecarregando a pessoa. Portanto, fazer uma pausa e refletir sobre a importância de cuidar da saúde emocional e psicológica sem perder a conexão com as redes, com os amigos reais e com a família, base para o suporte emocional de cada um. Para a psicóloga Rosane Pinheiro Krüger Feijó, professora do Curso de Psicologia da UCPel, especialista em psicologia do trabalho e mestre em Políticas Sociais, o tema da saúde mental mudou, já que as pessoas estão conseguindo falar mais sobre o tema.

Esse lugar de fala abre espaço para debater o limite de tempo da conexão e as consequências na saúde. Rosane diz que é muito individual, mas há pessoas que passam do limite e vivem obcecadas. A conexão é rede social, é o trabalho, o WhatsApp. “Muitas vezes não estamos mais no nosso horário de trabalho e somos chamados a conectar e temos que responder. Temos que impor limites e ser claros com as pessoas. A questão é que estamos na correria e nós permitimos essa situação”, explica.

A consequência é dobrar o tempo trabalhado, ficar estressado, sem conversar e se isolar. “Isso é muito subjetivo, mas as pessoas precisam se dar conta que é algo que está prejudicando e trazendo sofrimento mental. As alternativas é buscar qualidade de vida, tendo horas de lazer, vida social e, quando não consegue, buscar ajuda profissional. “Cada um tem que achar o que que satisfaz”.

Profissão e realização

O engenheiro de Computação e professor UniSenac Pelotas, Wagner Loch, diz que os meios de comunicação e formas de aprendizado evoluíram muito nos últimos anos e hoje o acesso à informação é instantâneo, com pontos positivos e negativos. O professor tem o computador como uma ferramenta de trabalho e fica em pelo menos umas 10 horas por dia. Ele tenta aplicar técnicas para realizar pausas e diminuir a fadiga ocular. A questão é que as novas gerações estão substituindo o computador pelo dispositivo móvel e isso, na opinião do especialista, torna a utilização da tecnologia ainda mais frequente, pois o dispositivo normalmente está a um passo de distância.

Atividade física, trabalho híbrido e momentos de lazer com seus pets são ferramentas de apoio que a estudante de Arquitetura e Urbanismo da UFPel, Ana Luiza Cassalta de Toledo, 26, incorporou no seu dia a dia para não estressar. Com atividades em um escritório de arquitetura e paisagismo, ela trabalha duas vezes por semana presencial e três em casa, variando a rotina entre os compromissos profissionais, os cuidados com as gatas e os exercícios físicos.

“Antes eu achei que estaria perdendo uma hora da minha vida. Mas ao longo da caminhada, percebi que eu ganho, pois evita dores nas costas, não chego tão cansada e durmo melhor”, admitiu. Ainda assim, tem dias que a estudante se sente apreensiva e a alternativa é conciliar trabalho e lazer.

Dica

Como professor de computação, Loch diz que o tempo livre das telas é importante para que o cérebro processe as informações obtidas. “Estamos cercados de informação, e assim como um computador, se não houver tempo de processamento, a informação será perdida (assim como o tempo que você gastou para obtê-la)”.

Acompanhe
nossas
redes sociais