“É um olhar para a reabilitação psicossocial”

Abre aspas

“É um olhar para a reabilitação psicossocial”

Assistente social Márcia de Almeida trabalha há 14 anos no Caps Escola

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“É um olhar para a reabilitação psicossocial”
Ela ajuda a organizar evento nesta quinta-feira na praça Coronel Pedro Osório. (Foto: Arquivo pessoal)

A assistente social Márcia de Almeida, 57 anos, tem vínculo com a Universidade Católica de Pelotas (UCPel), trabalhando há 14 anos no Caps Escola. O local faz parte da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do município de Pelotas, atendendo pessoas com transtornos graves e persistentes a partir de 18 anos. É uma parceria da universidade com a prefeitura desde 2002, com o objetivo de ser um espaço de formação para os cursos de psicologia, serviço social e medicina. Estagiários e alunos destes cursos têm supervisão direta no processo de formação. Nesta quinta-feira (10) é comemorado o Dia Mundial da Saúde Mental e Márcia fala sobre a importância do atendimento gratuito prestado no centro de acolhimento.

Quais são os critérios para que alguém possa acessar o serviço? Há uma lista de espera?

Nós somos a porta de entrada. As pessoas não precisam ser encaminhadas por nenhum serviço, é um acolhimento aberto, não há fila de espera. À medida que eles chegam, são acolhidos e há todo um protocolo de atendimento.

Quais os tipos de atendimentos são oferecidos?

Os pacientes passam pelo acolhimento com o profissional que está no turno. É uma equipe multidisciplinar, nós temos assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnicos superiores em educação física, em música, médicos, artesãos, toda uma equipe que vai fazer esse olhar integral da pessoa. O paciente vai passar pelo acolhimento, grupo de recepção, onde a gente explica o funcionamento do serviço, porque não é um atendimento psicológico, nem um atendimento individual, e sim todo um contexto, um olhar para a reabilitação psicossocial. Depois de passar pelo acolhimento, é estabelecido junto a ele o plano terapêutico, quais são os espaços para poder dar continuidade ao tratamento. Há uma diversidade de oficinas e grupos terapêuticos que fazem parte do processo de tratamento, por onde ele então vai ser acompanhado em média uma vez por semana.

Como é o processo em situações de crise mais severas?

Dependendo das situações de crise, de necessidade, tem um acolhimento diário para que o paciente fique aqui, para que a gente possa evitar uma internação. O paciente fica em cuidado diário quando a situação é mais grave. Obviamente, quando necessário, vai passar pela avaliação médica também, com a questão medicamentosa. E quando, então, você avalia aí a possibilidade, inclusive, o que a gente chama de alta, na verdade, é para dar continuidade de acompanhamento na UBS quando tem uma remissão de sintomas e já não há uma indicação efetiva de continuidade de tratamento no Caps.

Será realizada alguma atividade em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental?

Estamos realizando uma atividade justamente pelo Dia Mundial da Saúde Mental, na praça Coronel Pedro Osório. A gente vai junto com os usuários, possivelmente também o Caps Fragata estará junto, e depois uma roda de conversa, porque a gente também tem oficinas justamente promovem esse acesso além dos muros do Caps, onde as pessoas possam estar vivendo em sociedade. Quando se fala da reabilitação é isso, é principalmente transpor essas questões do preconceito que ainda são muito fortes na nossa sociedade, principalmente em relação às pessoas que têm transtorno e de poder estar em outros espaços públicos de circulação como qualquer cidadão.

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