Somados os números de abstenções e de votos brancos e nulos para prefeito em Pelotas, mais de 75 mil pessoas se negaram a tomar parte da decisão do futuro da cidade. O número supera os votos de Fernando Marroni (PT), que avançou para o segundo turno em primeiro, com 68,4 mil votos.
As pessoas que se recusaram a escolher um candidato ou a ir votar teriam o poder de mudar a eleição. Quando tanta gente deixa de participar do processo eleitoral, perde a sociedade e a democracia empobrece.
Essa falta de participação popular é conveniente para a banda ruim da política, que se imiscui nos espaços de poder. Na política, não existe cadeira vazia. Quando o eleitor se abstém de participar, abre mão do poder e aceita calado a decisão dos outros.
Esse número é um resultado da descrença na política e na capacidade da sociedade de adotar um rumo coletivo. Aos bons partidos e aos bons políticos – é preciso acreditar que eles existem, sejam de esquerda ou de direita, espera-se o compromisso de elevar a política e de convencer as pessoas de que vale a pena se preocupar e participar com os rumos das suas comunidades.
