Já está em funcionamento no Arroio Pelotas um equipamento com sensor ultrassônico que mede os níveis da água em tempo real. Os dados de medição estão disponíveis no site do Laboratório HidroSens do curso de Engenharia Hídrica da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e podem ser consultados periodicamente por qualquer pessoa. O monitoramento garante mais segurança em período de chuvas intensas para os moradores dos arredores do arroio.
Diferente de maio, o grande volume de precipitações que caiu na Zona Sul, na última semana, foi responsável por inundações nas proximidades do arroio Pelotas, ao invés de no canal São Gonçalo ou na Lagoa dos Patos. A ocorrência acendeu um alerta para a necessidade de medições, principalmente em razão da grande quantidade de moradias em localidades próximas ao manancial. Por isso, o sensor de monitoramento foi construído e instalado pelo grupo de pesquisas HidroSens.
O aparelho mede a altura da água de cinco em cinco segundos, realiza uma média do nível e envia para a plataforma da UFPel. Os dados são transformados em gráficos e disponibilizados para o acesso livre do público. “Estamos medindo em tempo real porque podemos saber a velocidade em que a água está subindo”, explica o professor de engenharia hídrica e coordenador do HidroSens, Leonardo Contreira.
Ele explica que não é possível determinar um nível de alerta, pois em cada região o alcance da água é diferente. No entanto, com o monitoramento diário os moradores podem ter uma noção de quais níveis começam a representar perigo para suas localidades, como a Vila da Palha, Recanto de Portugal e Marina Ilha Verde. “Ali [no site] tem vários dias de medição, se a pessoa vê que o nível está subindo e tem a casa mais perto do arroio, o 2,60 metros é onde pode ser já o limite. Tem que estar acompanhando”.
A cheia do arroio
Os três dias seguidos que registraram cerca de 60 milímetros de chuvas em Pelotas foram o suficiente para a água invadir casas e interditar uma das pistas da avenida Adolfo Fetter. Isso porque a precipitação se concentrou somente na bacia hidrográfica do arroio, que é alimentado por diversos outros mananciais do interior do município. “Por isso que só o arroio subiu, não foi sentido no São Gonçalo e na Lagoa dos Patos”.