As universidades da Zona Sul têm muito o que comemorar neste fim de mês. Isso porque no ranking de pesquisadores mais influentes no mundo em 2024 constam professores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
A lista é produzida pela Universidade de Stanford, com a classificação de 2% dos cientistas mais relevantes ao redor do mundo, onde constam cerca de 1,1 mil brasileiros. São duas listas, uma com influência ao longo da carreira e outra no último ano.
Em Pelotas, na modalidade de influência ao longo da carreira, a UFPel contou com nove docentes, com destaque para o professor emérito da universidade, Cesar Victora, da área de epidemiologia, que ficou em quarto lugar entre os pesquisadores do país.
Professor emérito da UFPel e epidemiologista, Victora destaca que a aparição nos rankings representa o resultado de 50 anos de pesquisa, começando com a Coorte de Nascimento, em 1982, e um grande número de estudos no Brasil, África e Ásia, além de participação como consultor da Unicef, o que resultou em mais de 800 publicações científicas. “O curso de epidemiologia da UFPel é o mais bem reconhecido em todo o Brasil”, destaca. “Sempre é bom ser reconhecido e saber que o nosso trabalho está tendo um impacto no mundo inteiro”, assume.
Mulheres na lista
Uma das poucas pesquisadoras mulheres nas duas listas e uma das únicas da área de agrárias, Elessandra Zavareze recebeu a notícia com satisfação. Desde 2020, ela e o colega Álvaro Dias estão no ranking referente às citações do ano anterior. Neste ano, Elessandra teve a surpresa de estar na lista dos mais citados de toda carreira.
“Isso é resultado do trabalho e dedicação de toda equipe de colegas e orientandos. Temos uma equipe muito unida e dedicada que tem feito muito esforço para fazer uma pesquisa de qualidade que seja relevante para a sociedade”, aponta a pesquisadora.
Furg também tem destaque
As pesquisas coordenadas pelo professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Furg, José Monserrat, abordam nanotecnologia, avaliação toxicológica e aproveitamento de resíduos de processos produtivos. Monserrat ressalta que estas pesquisas se vinculam naturalmente com ações de desenvolvimento sustentável não apenas no Estado, mas também na cidade de Rio Grande. “As pesquisas foram efetuadas numa universidade pública como é a Furg, mostrando mais uma vez a importância crucial de financiar ciência no Estado e no país”, salienta.
Universidade Católica
Na UCPel, o professor de medicina Fernando Barros foi o pesquisador integrante da lista em nome da instituição. As principais linhas de pesquisa de Barros são ligadas à saúde materna e infantil. Porém, com a pandemia passou a dedicar tempo ao estudo da Covid-19.
Grande parte do seu trabalho foi realizado na UFPel, mas desde 2007 voltou a ser professor da UCPel, e os trabalhos agora representam a universidade. “Sempre é bom poder ajudar a disseminar o conhecimento científico, especialmente nestes tempos onde tantas informações falsificadas são distribuídas pelo mundo”, afirma.