Casarão seis chega aos 145 anos com nova vocação

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Casarão seis chega aos 145 anos com nova vocação

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Atualizado domingo,
29 de Setembro de 2024 às 14:59

Prédio pertenceu ao político Leopoldo Antunes Maciel (Foto: QZ7 Filmes)

Conhecido como Casarão 6, da praça Coronel Pedro Osório, o prédio histórico tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), chega aos 145 anos vocacionado para se tornar o Museu da Cidade. Há dez anos a proposta da criação e implantação dessa entidade foi aprovada pelo PAC Cidades Históricas, com um orçamento de R$3,7 milhões. Em 2015, a empresa paulista Texto e Imagem, contratada pela prefeitura, apresentou um projeto museográfico. 

De acordo com o diretor do Sete de Abril, Giorgio Ronna, a implantação do Museu da Cidade foi incluída neste ano no novo PAC Patrimônio Cultural. Ontem, a prefeitura e o Iphan assinaram o Termo de Compromisso Transferegov.br número 963877, com a finalidade de executar a obra, conforme a Resolução CGPAC 1/2023.

Recentemente foi contratada uma outra empresa para atualizar os orçamentos da primeira intervenção programada para o prédio, relacionada a “arquitetura e projetos complementares”. “A Casa 6 vai ser adaptada para receber a implantação do Museu da Cidade, incluindo climatização, projeto luminotécnico e sonorização”, fala o diretor. 

Assim que a empresa atualizar o orçamento, a prefeitura poderá licitar a obra. A arquiteta Liciane Almeida da Secult é a coordenadora Técnica e a Tavane Krause, Assessora Especial da Prefeita, está organizando o trânsito entre Secretaria de Cultura, Procuradoria do Município e Departamento de Compras Governamentais. “São duas pessoas importantes neste processo”, fala Ronna. Atualmente fechado, o Casarão 6 abriga parte do acervo do Museu da Baronesa, que está em obras. 

Projeto de José Isella?

A antiga residência da família do bacharel em Direito Leopoldo Antunes Maciel, foi construída em 1879, possivelmente com projeto do arquiteto José Isella. A arquiteta e pesquisadora Ceres Chevallier, professora aposentada do IFSul, autora do livro Vida e obra de José Isella: arquitetura em Pelotas na segunda metade do século 19 (2002), esclarece que essa incerteza sobre a autoria é porque não foram encontrados projetos que confirmassem o pressuposto.

“Os projetos que estavam com a família de José Isella foram da reforma da fachada do Casarão 2”, relembra Ceres. Como as casas 2, 6 e 8 pertenciam a integrantes da família Antunes Maciel, supõem-se que foi o mesmo arquiteto que projetou os outros dois. “Tudo leva a crer pela relação de Isella com a família Maciel e como ele era o arquiteto mais importante da época. Certamente é dele, embora não se tenha evidências materiais, temos evidências históricas”, comenta a arquiteta. Isella é também autor do Palacete Braga (1871),  de Felisberto José Gonçalves Braga, que hoje pertence ao Clube Comercial de Pelotas, e do prédio da Bibliotheca Pública Pelotense (1875).

Arquitetura

De acordo com os autores de 100 Imagens da Arquitetura Pelotense, Rosa Maria Garcia Rolim de Moura e Andrey Schlee, a arquitetura da Casa 6 vai ao encontro das mudanças nas moradias das famílias mais abastadas, que ocorreram, a partir da segunda metade do século 19. “Encontram-se não só modificações ou inovações nas fachadas (utilização de platibandas, frontão e estátuas, entre outros), mas a introdução de novos esquemas de distribuição interna (em H) e de novas tipologias de ocupação do lote (jardim frontal sem recuo total da construção”, avaliam os autores. 

Há 50 anos

Diocese de Pelotas celebra o Ano Santo

A Diocese de Pelotas se integrava às celebrações do Ano Santo, também conhecido como Jubileu, que em 1974 foi proclamado pelo Papa Paulo VI, por meio da bula Apostolorum Limina. Sob o tema Reconciliação, a paróquia da Catedral de São Francisco de Paula abriu as atividades no mês de setembro.

Com a presença de diversos movimentos, associações e dos paroquianos, a programação teve início no Santuário da Adoração Perpétua, com uma reflexão sobre o sentido da peregrinação. A seguir os participantes partiram em peregrinação, seguindo em grupos rumo à Catedral. 

Fonte: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

 

Há 100 anos

Chove Não Molha cria os Serões das Borboletas Azuis

O Clube Cultural Chove Não Molha, popular cordão carnavalesco, realizou nos meses de setembro e outubro uma série de eventos culturais denominados Serões das Borboletas Azuis. Fundada no dia 26 de fevereiro de 1919, na alfaiataria de Otacílio Borges Pereira, a entidade nasceu para os festejos do Carnaval, porém a integração entre os fundadores foi tão positiva que resolveram continuar a iniciativa em forma de clube carnavalesco. 

O Clube era constituído por uma parcela menos abastada da  população negra, mas que ocupava uma posição intermediária, reunindo profissionais vinculados ao setor de serviços, como os alfaiates, empregadas domésticas, cozinheiros e costureiras.

Fonte: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

 

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