Cheia do Arroio Pelotas assusta população
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Cheia do Arroio Pelotas assusta população

“Uma das maiores chuvas que eu já vi”, diz uma das moradoras da Estrada da Costa; Vila Farroupilha segue enfrentando alagamentos

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Atualizado quinta-feira,
26 de Setembro de 2024 às 18:18

Cheia do Arroio Pelotas assusta população
Arroio Pelotas atingiu patamar semelhante ao da enchente de maio. (Foto: Nauro Júnior - Satolep Press)

Além dos alagamentos gerados pelo sobrecarregamento do sistema de drenagem, comunidades próximas ao arroio Pelotas sofrem com a elevação do curso d’água em níveis mais intensos do que foi visto nos eventos climáticos de maio deste ano.

Na Estrada da Costa, rota conhecida por ser um dos acessos às charqueadas que ficam às margens do arroio Pelotas, diversos pontos estavam bloqueados pela água na manhã de ontem, impedindo a passagem de veículos. A Vila da Palha é um vilarejo da região que, por ser mais alto, não teve a entrada obstruída. No entanto, as casas mais próximas ao arroio sentiram sua elevação rápida durante a madrugada.

Ceni dos Santos, 79 anos, mora na penúltima casa antes da água e afirma que desta vez a altura do arroio superou o que foi registrado durante a enchente de maio. “A água estava indo e voltando. Acordei de madrugada e vi que ela já tinha chegado no pátio já e me assustei. Então não consegui dormir mais”, lembra a idosa. “Essa já é uma das maiores que eu já vi”, confirma.

Trânsito de veículos estava bloqueado na Estrada da Costa. (Foto: Jô Folha)

O morador Gilsei Castro, 52 anos, explica que a água que vem de afluentes e, em períodos de muita chuva, impacta com mais força as localidades às margens do arroio, em comparação ao que ocorreu na grande enchente deste ano. “Deve ter subido uns três metros quase”, arrisca Castro. “Para nós, a água que vem de cima é pior do que a que vem de Porto Alegre. A única saída para a água da colônia é aqui”, ressalta.

Um pouco mais adiante na Estrada da Costa, o pátio da casa de Thiago Fonseca, 38 anos, já estava submerso por conta do extravasamento de um córrego. Um galpão para armazenamento de ração e utensílios quase foi arrastado pela força da água, não fosse a amarração com cordas que o homem improvisou entre a estrutura e uma das árvores. “O galpão está cedendo. Eu amarrei umas cordas, mas é muita água”, aponta.

Vila Farroupilha

Uma das regiões mais atingidas pelos alagamentos em Pelotas, a Vila Farroupilha teve com várias vias interrompidas desde o início das chuvas. Uma delas é rua Jornalista Salvador Hitta Porres, um acesso alternativo à rodoviária e aos bairros da cidade. O trecho ficou alagado com quase um metro de profundidade em determinados pontos. O morador Gilson de Souza, 35 anos, culpa o sistema de drenagem local.

“Um tempo atrás não estava tendo isso. Diminuíram as bombas depois das obras que fizeram. Eu peguei todas as enchentes e alagamentos. Desde 2008, esse aqui foi o maior. Na minha casa, faltaram dois centímetros para a água entrar. Em outras mais baixas, já entrou”, conta. “Mas aqui tem que se prevenir, com 150mm de chuva já é certo que vai alagar, não tem vazão”, acrescenta.

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