O processo eleitoral da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) chega ao fim (em teoria) com uma cereja do bolo de bagunça feito ao longo de praticamente todo o ano. A falta de um resultado claro, com estatuto que não previa empate técnico e em formato de peso dos votos em que nem mesmo os próprios envolvidos parecem entender, é um resumo da desorganização.
O leitor encontra na página 8 uma reportagem que busca explicar isso tudo. Ao não prever a possibilidade de um empate em um processo eleitoral, coisa que existe até em eleição de representante de classe do primário, os organizadores colocam em uma saia justa a maior universidade pública da metade Sul do Estado, responsável por guardar e repassar conhecimento científico. Afinal, como tais figuras se dedicam a formar alunos – incluindo em cursos de gestão e administração – se nem o próprio processo interno consegue ser organizado? Fica feio não só para os envolvidos, mas para toda a comunidade acadêmica e Zona Sul com tamanha atrapalhação.
A coisa tem sido atrapalhada desde o início, com postergações, dúvidas, tentativa de fazer eleição em meio à greve. As chapas, infelizmente, também deram aula de desrespeito com tantas trocas de farpas, propostas que beiram o populismo em diversas frentes e acusações de racismo de ambos os lados. A escolha foi para o raso debate e diminuir o ambiente universitário, com discussões negativas ao ambiente e à imagem da universidade.
O mínimo que se espera agora é que a questão jurídico-eleitoral seja resolvida o quanto antes e que a gestão eleita consiga gerir a universidade com educação, respeito e dignidade. A UFPel é referência em ensino, pesquisa e extensão, com atividades que impactam em toda a comunidade da Zona Sul. Não pode, com tudo o que se espera dela, dar aula de bagunça desorganização. Definitivamente, não combina com o seu tamanho.