O Sul do Brasil é a região que mais sente falta do horário de verão. É o que revela o levantamento feito pelo portal Reclame Aqui e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
A pesquisa foi feita com três mil pessoas e aponta que 60,6% da população da região Sul apoia a retomada da mudança nos relógios nesta temporada. No Brasil, 54,9% dos entrevistados são favoráveis à volta do horário especial.
O estudo também mostra que o Sul é a região que tem maior parte da população (47,7%) que acredita que o adiantamento dos relógios pode ajudar a economizar energia elétrica e outros recursos.
A região também se destacou em relação à prática de atividades físicas no horário de verão, sendo que 55,5% das pessoas dizem se sentir mais dispostas a fazerem exercícios físicos nos meses em que há a mudança.
A nível de país, a pesquisa trouxe esclarecimentos quanto à economia, expondo que mais da metade da população (51,7%) entende o adiantamento dos relógios como provedor de vantagens para o comércio e serviços, como lojas, bares e restaurantes. Outros 32,7% não veem vantagem no quesito e 15,4% não sabem/não têm certeza.
Benefícios para bares e restaurantes
O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, Marcelo Curi, explica que o horário de verão impacta o setor de forma positiva, pois os dias ficam mais longos e por isso as pessoas desfrutam mais de bares e restaurantes. Da mesma forma, em alguns estabelecimentos gastronômicos, a depender dos atendimentos oferecidos, essa alteração no horário pode influenciar na diminuição do tempo de serviço.
“As pessoas estendem mais o dia, ficam mais na rua. Isso em destinos turísticos e lazer é muito positivo. Pelotas não sente tanto, porque estamos falando de um público local. Mas no geral, os donos de restaurantes estão aprovando a ideia da volta do horário de verão”, afirma Curi.
Apoio à volta da medida
Enquanto aproveitava o restante da luz solar disponível no fim de ontem na praça Coronel Pedro Osório, Laís Formiga, 25 anos, confirmou o que as estatísticas expuseram. Para ela, o período a partir do dia em que se adiantava o relógio era um convite a uma sobra de tempo incomum, além dos impactos na própria segurança. “Por ser mulher, eu me sentia muito mais segura de andar à noite na rua. E a gente conseguia aproveitar mais o dia, fazer alguma coisa mais tarde, tomar uma cerveja. Tenho saudades”, relata.
O amigo de Laís, Gabriel Tomazella, 25 anos, destaca como o horário de verão facilitaria sua vida enquanto estudante universitário. “Todo mundo sentiu um pouco. Mas a gente que é estudante, que acaba consumindo o restaurante universitário (RU), a gente sabe a diferença que faz acordar mais cedo para ir para a aula e também se deslocar de noite”, aponta Tomazella.
Governo
Segundo a Abrasel, na última segunda-feira uma carta com a pesquisa em anexo foi enviada ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em que se justifica a tese de volta do horário de verão. A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve acontecer nesta semana, levando em conta estudos sobre impactos e benefícios da medida.