Um mês após a assinatura de contrato, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) autorizou o início do projeto para a construção da nova ponte entre Jaguarão e Rio Branco.
A obra vai duplicar o movimento de caminhões que trafegam diariamente entre Brasil e Uruguai. Uma comitiva da autarquia esteve no local para visita técnica e, a partir de agora, o consórcio responsável pela obra dará início à fase de projetos e aos trâmites referentes ao impacto ambiental do empreendimento.
Se a construção se iniciar neste ano, a previsão é que seja entregue no final de 2026. A nova ponte está orçada, inicialmente, em R$ 211 milhões. Segundo o Dnit, é um empreendimento contratado pelo Regime Diferenciado de Contratação integrada (RDCi), que compreende a realização de projeto básico e a realização de obras e serviços.
Para o presidente da Associação dos Despachantes, Exportadores e Transportadores de Jaguarão e Rio Branco, Felipe Antonio Demarco Seabra, o impacto no setor do comércio exterior será muito grande. “Passaremos a ser um importante corredor de liberação de cargas tanto para o Uruguai como Argentina, já que é a menor distância dos estados da região sudeste e sul para Buenos Aires e Jaguarão”, destaca.
Desde janeiro, quase 21 mil caminhões passaram pela ponte internacional Barão de Mauá, total que ultrapassa o registro de todo 2014, quando circularam 19.303 veículos de carga.
Patrimônio histórico
Construída em 1930, a ponte Mauá é tombada como patrimônio histórico. Portanto, não pode sofrer alterações, como ser alargada, ou mesmo receber reforço das vigas de sustentação. O Dnit acredita que quando a estrutura estiver em funcionamento os custos com fretes poderão reduzir, além de melhorar a logística do escoamento de bens de consumo e dar mais segurança e integração regional e internacional.
Longa espera
A construção da segunda ponte internacional sobre o rio Jaguarão é de 2007, quando o acordo foi firmado entre a República Federativa do Brasil e a República Oriental do Uruguai. Dois anos depois, o texto foi aprovado pelo Congresso Nacional por meio de decreto legislativo e promulgado por decreto presidencial em 2013. Onze anos depois, sairá do papel. A nova ponte fica na BR-116 e terá 419 metros de extensão. Somada aos trechos de acesso, totalizará 19,5 quilômetros de rodovia.
Mais investimentos
Quem ganha ares de conclusão é o trecho do quilômetro 428 da BR-116, entre Camaquã e Cristal. A autarquia está duplicando os 680 metros da ponte sobre o rio Camaquã para dar mais fluidez ao trânsito da região, uma das principais rotas para escoamento da produção ao terminal portuário e para turistas uruguaios que visitam o litoral do Sul do Brasil.
O projeto, que tem previsão de investimento de R$ 85 milhões, também contempla a construção do viaduto da Pompéia – acesso secundário de Camaquã. A obra de duplicação da ponte sobre o rio já tem concluídos 76% da fundação, 75% dos blocos, 71% da mesoestrutura e 33% da superestrutura. A ampliação do trecho deve beneficiar 3,8 mil veículos de carga e mais de 2,2 mil veículos de transportes de passeio que transitam pelo local diariamente. A previsão de entrega é para 2025.