Ligação familiar aproxima Rui Barbosa de Pelotas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira19 de Setembro de 2024

Memórias - Há 100 anos

Ligação familiar aproxima Rui Barbosa de Pelotas

Jurista, diplomata e escritor baiano teve um genro pelotense

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Ligação familiar aproxima Rui Barbosa de Pelotas
Baptista Pereira (de pé, primeiro à esquerda) conheceu Barbosa (sentado, segundo à direita) na Holanda(Reprodução)

A Associação Comercial de Pelotas recebeu uma circular da co-irmã da Bahia informando que rodava pelo país uma lista solicitando recursos financeiros para a construção de uma estátua, para instalação em praça pública, em homenagem ao político brasileiro, jurista, advogado, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador Rui Barbosa que tinha morrido um ano antes, aos 73 anos, no Rio de Janeiro. 

Rui Barbosa era natural de Salvador e em 5 de novembro de 2024 será celebrado os 175 anos de nascimento do político. O diplomata tem sido constantemente lembrado pela bem-sucedida participação na Conferência de Haia em 1907, evento realizado na Holanda que tinha o propósito de evitar e/ou diminuir os conflitos armados entre os países. 

Eloquente e extremamente culto, Barbosa defendeu veementemente o respeito às soberanias nacionais e da paz entre as nações, tornando o brasileiro a grande estrela entre os delegados internacionais. Na época Barbosa era senador por seu estado natal e vice -presidente do Senado Brasileiro. 

O genro gaúcho

Coincidentemente, o jurista se tornou sogro do escritor e conferencista pelotense Antônio Baptista Pereira (1879-1960). Pereira e Barbosa se conheceram, em 1907, quando integravam a  delegação brasileira, organizada pelo Barão do Rio Branco.

“Antônio Batista Pereira (filho de José Batista Pereira e Francisca de Paula Rocha) aos 28 anos foi enviado à Holanda para assessorar Rui Barbosa nos meses em que a conferência perdurasse, este que havia levado a família para residir próximo aos salões da conferência”, escreveu o jornalista José Henrique Medeiros Pires, no centenário da morte do baiano, no ano passado.

Henrique Pires diz que talvez tenha sido na Holanda que Antônio conheceu Maria Adélia (a Dedélia), filha mais velha do jurista. O casamento aconteceu em 1908 no Rio de Janeiro, na casa da rua São Clemente, 104, onde o senador e a família residiam. Os noivos tiveram como padrinhos o Conde Álvares Penteado e o Barão do Rio Branco. Da união nasceram seis filhos.

“Antônio passou a trabalhar diretamente com o sogro, com o qual foi morar quando todos mudaram para o palacete em Botafogo onde está sediada atualmente a Fundação  Casa de Rui Barbosa”, escreveu Pires.

“Sou de Pelotas” 

Pereira deixou o município quando tinha 15 anos e era criticado por sua ausência na terra natal. O assunto é um dos pontos do artigo Baptista Pereira, o ensaísta que elogiou o patrimônio cultural de Pelotas?, do professor doutor Luís Rubira, do Departamento de Filosofia da UFPel, publicado no Diário Popular, em 2020. No texto, Rubira lembra que o próprio advogado se defendeu em conferência no Theatro Guarany, em 1924. “Sou de Pelotas. A ausência não tem a propriedade de mudar o berço o indivíduo”, disse.

Estátuas e bustos

De acordo com o wikipedia, há uma estátua de Rui Barbosa na sede do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. A escultura foi criada pelo artista plástico Tatti Moreno e inaugurada em 5 de novembro de 2019. Mas há outras estátuas e bustos, entre outras homenagens, do ilustre baiano espalhadas em diferentes cidades brasileiras. 

Fonte: jornal A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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