Entre os dez portos públicos mais movimentados do país, o com maior crescimento em julho foi o Porto de Rio Grande. De acordo com os dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em comparação ao mesmo período de 2023, o aumento foi de 34,01%, o que representa 2,74 milhões de operações. A expansão de cargas embarcadas no cais rio-grandino também fez de agosto o melhor mês do ano, com mais de quatro milhões de toneladas.
Com um aumento de 19,32%, em relação ao ano passado, a soja em grão foi o produto mais movimentado em julho com mais de 4,4 milhões de toneladas. Seguido da celulose com um crescimento de 9,31% e 2,2 milhões de toneladas. O Porto de Rio Grande superou com margem o Porto de Suape (PE) com um acréscimo de 18,76% e o Porto de Itaguaí (RJ) com 14,1%.
Para o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, o destaque é reflexo de um trabalho de modernização das operações no cais que tem conferido mais agilidade para as movimentações. Consequentemente, o complexo tem se tornado mais atrativo e competitivo em relação a outros portos. “A gente vem atuando em um esforço para atrair novas empresas, novos investimentos e justamente demonstrando essa capacidade de conseguir atender essa demanda crescente”, explica.
Dragagem
Realizada a partir de um já contrato existente, a dragagem da área externa do canal de acesso ao Porto do Rio Grande custa R$ 52 milhões e prevê a retirada de 1,850 milhão de metros cúbicos de sedimentos. O serviço estava programado para acontecer no início de 2025, porém os efeitos das enchentes fizeram com que fosse necessária a sua antecipação para a melhoria do calado.
Já iniciados, os trabalhos deverão ser concluídos dentro de quatro semanas. A manutenção do sistema hidroviário do porto também é um dos principais fatores de atratividade, já que garante agilidade e segurança na navegação. A melhor navegabilidade implica em menores custos de transporte e movimentação de maiores volumes de cargas.
A Portos RS também planeja a dragagem completa do acesso ao porto. A batimetria, primeiro passo para o serviço já foi finalizada, agora o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) trabalha no projeto de volumetria para definição do montante de sedimentos a serem dragados. “Estamos falando de um volume muito grande tanto de sedimentos quanto de recursos”. Ainda em setembro, o Dnit realizará a batimetria para a dragagem de toda a hidrovia também.
Eficiência
Na mesma linha que o presidente da Portos RS, o Vice-presidente de infraestrutura da Federasul, Antonio Carlos Bacchieri, afirma que o desenvolvimento do cais de Rio Grande se deve principalmente a eficiência. Enquanto outros portos têm filas para os navios atracarem, a espera para os embarques é rara em Rio Grande. “Ele carrega navios com rapidez, os armadores colocam os navios aqui porque os outros portos são bem mais congestionados. Esse é um dos motivos para o incremento, esse é o nosso grande diferencial.”