“O importante é conhecer a criança e o motivo de sua dificuldade”
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira19 de Setembro de 2024

Abre aspas

“O importante é conhecer a criança e o motivo de sua dificuldade”

Letícia Aguiar atua na alfabetização de crianças com dificuldades de aprendizagem

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“O importante é conhecer a criança e o motivo de sua dificuldade”
Letícia é professora particular, pedagoga, historiadora, pós-graduada em Atendimento Educacional Especializado, Psicopedagogia e Terapia ABA. (Foto: Arquivo pessoal)

Professora particular, pedagoga, historiadora, pós-graduada em Atendimento Educacional Especializado (AEE), Psicopedagogia e Terapia ABA, Letícia Aguiar, 25, trabalhou como professora de alunos com deficiências múltiplas na Apae Rio Grande. Há três anos, tem um negócio próprio que é voltado para a alfabetização de crianças com dificuldades de aprendizagem. Além disso, os tópicos de educação, inclusão e bullying são os que despertam mais interesse nela.

O que motivou você a se especializar em inclusão na educação?

Meu primeiro encontro com esse trabalho foi por meio da monitoria de inclusão pela Secretaria de Município da Educação de Rio Grande. Foi meu primeiro trabalho, um estágio disponível para quem faz graduação na área da saúde ou da educação. Lá, pude perceber o quanto é importante que cada aluno se sinta valorizado e compreendido, independentemente de suas dificuldades. Isso me inspirou a buscar mais conhecimento e estratégias para criar um espaço de aprendizado onde todos possam crescer. Além disso, essa área possui uma grande demanda atualmente, é impossível falar de educação sem falar em inclusão e o que esse trabalho significa.

Quais estratégias você usa para tornar o processo de alfabetização mais eficiente?

Antes de qualquer coisa, busco conhecer profundamente cada aluno: seus interesses, preferências, potenciais e dificuldades. A partir disso, desenvolvo estratégias e atividades que se conectam diretamente com o que motiva e engaja a criança. Essa abordagem individualizada me permite adaptar o ritmo e os métodos de ensino, focando no que funciona melhor para aquele aluno em particular. Entender como ela aprende e fazer acontecer é o foco. Um aluno que não gosta da aula, não se interessa, não irá aprender. Compreender o comportamento do estudante, o que gosta ou não gosta, o que sabe ou não sabe, é mais importante que a tecnologia e os jogos que tenho disponíveis. Assim, cada aula se torna um espaço onde a criança se sente compreendida, estimulada e confiante para superar seus desafios.

Como você adapta seu trabalho para atender as diferentes necessidades das crianças com dificuldades de aprendizagem?

Muitas pessoas acreditam que adaptação significa deixar as atividades mais fáceis, mas estão enganadas. Cada criança possui suas dificuldades e potencialidades, como eu já disse, e cada uma precisa de pontos diferentes para conseguir alcançar o máximo de seu potencial. Essas mudanças podem ser um ritmo de aula mais lento, pausas entre os conteúdos, materiais mais extensos ou mais curtos, atividades online, em jogos ou em folhas. O importante é conhecer a criança e o motivo de sua dificuldade, e agir a partir disso com todos os materiais interessantes e acolhimento possível para auxiliar o pequeno a evoluir.

Como você vê a evolução da educação inclusiva nos últimos anos?

As escolas e famílias estão cada vez mais cientes da importância de estratégias personalizadas e do papel crucial de profissionais especializados em inclusão. Esse movimento tem impulsionado uma valorização crescente dos educadores que se dedicam a atender as necessidades específicas de cada criança, contribuindo para um ambiente de aprendizado mais acolhedor, diverso e eficiente. A inclusão deixou de ser apenas uma “tendência” e se consolidou como uma prática essencial na educação moderna. Espero que o meu trabalho e de colegas que trabalham na área seja cada vez mais valorizado, deixando de ser visto como um gasto a mais, e sim, como um investimento no futuro dos filhos.

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