Vereadores apresentam nova denúncia contra gestão do PS
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Inquérito

Vereadores apresentam nova denúncia contra gestão do PS

Câmara repercute acusações feitas por cirurgião; governo afirma que denúncias são eleitoreiras

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Atualizado terça-feira,
10 de Setembro de 2024 às 20:22

Vereadores apresentam nova denúncia contra gestão do PS
Nova acusação veio à tona através dos vereadores Anselmo Rodrigues e Cauê Fuhro Souto. (Foto: Jô Folha)

Os vereadores de Pelotas devem ouvir, no final da tarde desta quarta-feira (11), o cirurgião vascular Diego Larangeira, que afirma ter denúncias contra o Pronto Socorro (PS). A acusação veio à tona através dos vereadores Anselmo Rodrigues (PL) e Cauê Fuhro Souto (PV).

O tema pautou toda a sessão desta terça-feira (10) após Anselmo subir à tribuna para falar das denúncias. O vereador não detalhou quais são as denúncias, mas pediu que o médico seja ouvido pela CPI que investiga suspeitas de irregularidades no Pronto Socorro.

O presidente da câmara, vereador Anderson Garcia (PSD), ponderou que as novas denúncias, em primeiro momento, não dizem respeito ao que é investigado pela CPI e podem prejudicar o trabalho feito pela comissão até agora.

Em uma reunião após a sessão, vereadores discutiram sobre a possibilidade de ouvir Larangeira na CPI. O temor é que as denúncias não tenham relação direta com o que está sendo investigado pela comissão e que o tema seja utilizado eleitoralmente. Um requerimento para que o médico seja ouvido deve ser apresentado, com a possibilidade de que ele preste seu depoimento ainda nesta quarta-feira.

O que dizem os documentos

O vereador Anselmo Rodrigues distribuiu aos parlamentares dois conjuntos de documentos. Um primeiro de sete páginas e um outro de 31 páginas, que incluem trocas de mensagens de Larangeira, prontuários médicos de pacientes e imagens de exames. Há também um documento de três páginas que o médico teria apresentado à direção do PS em abril de 2021.

No documento apresentado à direção do PS, o médico afirma que prontuários foram assinados por residentes sem o devido acompanhamento dos médicos plantonistas. Afirma ainda que o contato com os especialistas é feito pelos residentes, que não são acompanhados pelos plantonistas que, segundo ele, “se retiram ao conforto médico” sem avaliar pessoalmente os pacientes, especialmente durante a noite. O documento afirma que pacientes morreram por falta de atendimento imediato durante os plantões noturnos pela ausência dos médicos responsáveis pelos residentes.

Em um outro documento, o médico afirma que há um “conluio familiar de acúmulos de cargos e funções”, e acusa a atual diretora do PS, Veridiana Duarte, de não autorizar a realização de exames importantes, o que teria levado pacientes à morte. Larangeira também acusa Veridiana de ter entrado no curso de Medicina da UCPel sem prestar vestibular.

Trechos de conversas

Em meio aos papéis apresentados por Anselmo, há a transcrição de uma série de conversas entre Larangeira e interlocutores não identificados. Em um dos trechos, Diego Larangeira sugere que deveria ser ouvido pela CPI do Pronto Socorro e chega a dizer em que dia poderia ser ouvido.

Há ainda mensagens afirmando que “isso derrete a candidatura de Estima” e que “esse governo tem que cair”. Em outro ponto, o médico afirma que se reuniu com o candidato a prefeito pelo PL, Marciano Perondi. Outra mensagem, de interlocutor não identificado, afirma: “O Tio certamente vai falar com o Franco, mas não irão se expor, mas devem por $$”.

Sobre essas conversas, o líder do governo, vereador Marcos Ferreira, o Marcola (UB), acusou as denúncias de serem uma armação contra o governo. “Por que o nome do Estima está aqui? Por que esteve reunido com o Perondi? Qual é a situação? Por que o médico foi demitido do PS?”, questionou. “Se isso aqui não é uma armação, eu não sei o que é.”

Contrapontos

A diretora-geral do Pronto Socorro, Veridiana Duarte, afirma que a atual direção nunca recebeu nenhum tipo de reclamação feita por Diego Larangeira. A respeito da acusação sobre sua formação, Veridiana afirma que entrou no curso de Medicina como portadora de título por já ter se formado em enfermagem. Quanto à acusação de impedir a realização de exames e procedimentos, Veridiana afirma que há critérios técnicos para a autorização.

A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) avalia o caso como um “escândalo de proporções muito graves” e um ataque contra seu governo e o Pronto Socorro. “Esses ataques descredibilizam e põem em xeque o trabalho de toda uma equipe que trabalha diuturnamente salvando vidas, motivados por razões explicitamente eleitoreiras”, disse.

Segundo a prefeita, o médico foi demitido em junho por condutas inadequadas e o caso será encaminhado ao Ministério Público para apurar o vazamento de informações de prontuários médicos de pacientes.

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