O promotor José Alexandre Zachia Alan, responsável pelo inquérito do Ministério Público (MP) sobre as suspeitas de desvios no Pronto Socorro (PS) de Pelotas afirma que a investigação vai avançar para identificar os detalhes da operação que levou ao desvio de ao menos R$ 250 mil das contas do PS.
Na última semana, o MP denunciou o ex-diretor administrativo e financeiro do PS Misael da Cunha pelo crime de peculato, além de pedir o bloqueio de bens, a reparação dos danos aos cofres públicos e que Misael não tenha contato com outras possíveis testemunhas do caso.
“Nossa urgência era ver esses fatos de natureza punitiva, até para bloquear os bens dele, mas todas essas questões de como ele foi parar lá, como ele foi nomeado, quem tomava as contas dele, tudo isso está planejado”, garante Zachia Alan.
O trabalho do MP também deve se debruçar sobre toda a operação do Pronto Socorro, que envolve um contrato do Município com o Hospital Universitário São Francisco de Paula. “Tudo se insere a partir de um modelo de funcionamento desse contrato para a gestão do Pronto Socorro que permitiu que tivesse alguém que desviasse esse dinheiro”, afirma o promotor.
A partir dessa investigação, Zachia Alan espera que se estabeleça a base para um novo formato de gestão do PS. “A gente tem a obrigação de produzir punições às pessoas que fizeram esses desvios, mas talvez o mais importante seja produzir uma mudança e estabelecer um mecanismo de controle para que não aconteça mais”, pontua.