O cotidiano dos excluídos é tema de livro de Adão Monquelat
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira19 de Setembro de 2024

Memórias

O cotidiano dos excluídos é tema de livro de Adão Monquelat

Há dez anos, o pesquisador, historiador, escritor e livreiro Adão Fernando Monquelat lançou o livro Pelotas dos excluídos

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O cotidiano dos excluídos é tema de livro de Adão Monquelat
Historiador e pesquisador morreu em 2021. (Foto: Reprodução)

Há dez anos, o pesquisador, historiador, escritor e livreiro Adão Fernando Monquelat lançou o livro Pelotas dos excluídos: subsídios para uma história do cotidiano. A obra, editada pela Editora Livraria Mundial, faz um recorte social que vai de março de 1875 a 13 de maio de 1888, mostrando em textos curtos, redigidos a partir de pequenas notas dos jornais como viviam, relacionavam-se e eram tratados negros, prostitutas, arruaceiros, policiais, capitães do mato, ladrões, feitores e aventureiros, cidadãos comuns que estava à margem dos casarões e dos sarais.

Livro foi lançado em 2014.

No primeiro texto, por exemplo, ele conta uma história e, infelizmente, comum para aquela época sobre Damásio Duval, o “capitão-do-mato, desordeiro e tarado”, que foi preso não por tentar se apossar de uma mulher negra, mas por desacato à autoridade. A obra ainda coloca o Mercado Central como palco de muitas dessas vivências, por ali passavam todos os marginalizados.

O próprio autor comenta que muitas das histórias relatadas na obra têm aparência de ficcionais, em função da forma cruel com que elas se apresentam ou, às vezes, por causa de suas características tragicômicas.

Adão Fernando Monquelat, que morreu em setembro de 2021, aos 74 anos, mas deixou uma contribuição inestimável para o conhecimento da história integral sobre Pelotas. Uma parte importante da pesquisa do historiador está acessível via on-line através do blog Pelotas de ontem, mais um importante legado do autor.

O batuque dos escravos

O jornalista, escritor e pesquisador Klécio Santos relembra que Monquelat se tornou conhecido por descobertas que mexeram com o universo da literatura gaúcha. Santos comenta sobre o caso do único exemplar de A Divina Pastora, de Caldre e Fião. “Também trouxe à tona textos inéditos de João Simões Lopes Neto e resgatou a obra do poeta comunista Fernando Melo”, fala.

O jornalista avalia que o grande prazer da vida do pesquisador era trazer à tona personagens que estavam longe da opulência do cotidiano dos “barões” do município. “Foi através dessa pesquisa narrada pelo viés dos excluídos que Monquelat deu através dos seus livros um novo sentido pra história de Pelotas. Uma Pelotas que pulsava através do batuque dos escravos…Ele costumava brincar comigo, embora tenha me ajudado em muitas pesquisas pros meus livros: ‘Tu gosta de escrever sobre a Casa Grande, eu sobre a Senzala’.”

Há 100 anos

Comunidade de Pelotas ganha mais uma escola

A intendência inaugurou a escola Doutor Gervásio Alves Pereira. Na época o educandário ficava no 6º Distrito, na estrada para São Lourenço do Sul, e tinha 40 crianças como alunos. A escolha do patrono era uma homenagem ao primeiro intendente do município.

De acordo com o Dicionário de História de Pelotas, dos professores pesquisadores Beatriz Ana Loner, Lorena Gill e Mario Osorio Magalhães, Gervásio Alves Pereira integrou a primeira junta administrativa nomeada pelo presidente do Estado, Visconde de Pelotas, em 25 de novembro de 1889. O mandato se prolongou até 6 de setembro de 1891.

Alves Pereira foi nomeado o primeiro intendente em 16 de setembro de 1891. Seu mandato, previsto para terminar em setembro de 1896, seria completado nos últimos seis meses, também através de nomeação, por Antero Vitoriano Leivas. Após eleições, em 2 de julho, Antero Leivas foi o escolhido, que exerceu o mandato efetivo entre setembro de 1896 e setembro de 1900.

Há 50 anos

Semana da Pátria com programação intensa no município

Diferentes atividades marcaram a Semana da Pátria de 1974. No dia 2, por exemplo, ocorreu o hasteamento da bandeira pelo presidente da Liga Espírita Pelotense, com a presença de bandas do 9º Regimento de Infantaria e do Colégio São José. O arriamento estava marcado para as 18h, a cargo do reitor Delfim Silveira, da UFPel, e do diretor do Colégio Nossa Senhora de Lourdes.

Na tarde do dia 3 ocorreu desfile dos alunos das escolas do bairro Fragata. No mesmo dia, equipes de vôlei femininas de escolas do Ensino Fundamental competiram em um torneio no ginásio do Colégio Pelotense.

No dia seguinte a programação era um torneio de basquete estadual, desfile de escolas no Areal e arriamento da bandeira pela banda da Escola Técnica Federal de Pelotas. No dia 7, ocorreu o desfile do “Poder Nacional”, com a presença de alegorias do comércio, indústria, repartições públicas e escolas, além da parada militar.

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