A notícia da redução do ICMS para o azeite gaúcho é excelente para dois setores que vêm em crescente na região. Um deles, obviamente, é a produção de oliveiras que geram o azeite, uma cadeia em franca evolução nos últimos anos, mas que já se destaca pela altíssima qualidade de produção na Zona Sul e Campanha, inclusive com prêmios internacionais do setor.
Mas, fora isso, o agroturismo pode ser favorecido. Na reportagem de capa do final de semana em A Hora do Sul, que fala sobre os impactos da redução de imposto do azeite no setor olivícola, os empresários comemoram que pode atrair olhares de visitantes. Tanto o turismo de campo quanto o gastronômico vêm em crescente no Brasil e, quando a gente consegue unir esses dois pontos com produtos de excelência, tem tudo para dar um casamento perfeito que impacta diretamente na economia de toda a região.
A Zona Sul tem belezas variadas, que passam por praias e campos, e também destaca-se na produção de delícias gastronômicas. Produtos coloniais são sempre desejados e o sucesso de setores de agricultura familiar, que quebram recordes ano após anos em eventos – vide a Fenadoce recente e a Expointer, que encerrou ontem –, são um chamariz para o público. Nisso, nossa região é muito forte.
O desafio agora é conseguir fazer a costura que una todos esses fatores e transforme a possibilidade em resultados. O setor olivícola surge como um potencial líder para isso, mas há tantos outros. Sem contar a obviedade da produção doceira e os produtos coloniais, a Zona Sul é a principal produtora de pêssego do Brasil, por exemplo, responsável pela maior parte do produto no mercado nacional. Ainda assim, nunca conseguiu transformar isso em chamariz para atrair olhares de investidores e de apaixonados pelas frutas.
É só um exemplo de que além de vender o produto, precisamos vender a experiência de desfrutá-lo. É assim que outras regiões, como a Serra Gaúcha, conseguem se tornar referência em usar de potencialidades culturais e de belezas naturais para criar uma soma atraente ao turista. Na Zona Sul, as oportunidades se apresentam aos montes. Resta agora organizá-las e capitalizar em cima disso. A possibilidade existe e é otimista.