Seminário e xirê para lembrar a presença do Bará no Mercado
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira19 de Setembro de 2024

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Seminário e xirê para lembrar a presença do Bará no Mercado

Eventos, que celebram o assentamento feito há 12 anos, ocorrem no domingo (1) e a na segunda-feira (2)

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Seminário e xirê para lembrar a presença do Bará no Mercado
Iyá Giza não diz onde foi feito o assentamento do orixá, simbolicamente ele foi marcado no centro do prédio (Foto: Jô Folha)

A Comunidade Beneficente Tradicional do Terreiro Iyá Gisa de Oxalá realiza diferentes eventos para celebrar os 12 anos do assentamento do orixá Bará no Mercado Central de Pelotas. A programação começa neste domingo (1º) com seminário no Museu do Doce, das 9h30min às 18h. O evento tem entrada franca e certificado. Apoio da Universidade Federal de Pelotas e prefeitura. 

Serão seis palestras que abordam temas como Educação e racismo ambiental, Aproveitamento alimentar no terreiro, Ancestralidade e Marketing pessoal/Mídia religiosa, entre outros temas. A inscrição pode ser feita uma hora antes do início do seminário. 

Na segunda-feira (2), a partir das 20h, a atividade é festiva com a realização de um xirê, um momento musical, no qual os membros das comunidades religiosas entoam hinos e dançam.  “No xirê a gente dança, reza e vibra cantando para os nossos orixás. É um momento cultural para mostrar às pessoas como é a nossa tradição, é o nosso samba”, explica a iyá Giza.

O dono dos caminhos

Foi a própria iyá Gisa que fez o assentamento, quando o orixá é  fixado em algum objeto, o ocutá, após um ritual. Gisa não conta qual foi o objeto, nem onde foi o assentamento. “Foi nos 200 anos de Pelotas, eu entrei com um pedido e a gente fez. Na maioria dos mercados do Brasil existe um Bará”, relembra.

De acordo com os ritos de matriz africana, o Bará é o orixá da comunicação, é dono dos caminhos, dos movimentos e dos mercados, onde há o movimento de troca, de negociações. E para as comunidades religiosas umbandistas ou quimbanditas,  o mercados tem um significado ainda mais emblemático. “Eram nos mercados que vendiam escravizados. Por isso os mercados têm uma grande importância para nós, o povo de religião de matriz africana, tanto que quando a gente faz os nossos passeios, a gente vai nos mercados”, comenta.

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