Pelotas registra saldo positivo na geração de empregos em novembro

Novo Caged

Pelotas registra saldo positivo na geração de empregos em novembro

Zona Sul e Estado também registraram saldo positivo, Rio Grande teve queda no indicador

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Pelotas registra saldo positivo na geração de empregos em novembro
Indústria foi a responsável pelo crescimento nos postos de trabalho em Pelotas em novembro. (Foto: Jô Folha)

Os dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referentes a novembro de 2025 indicam uma recuperação na geração de empregos formais em Pelotas, com a criação de 1.722 novos postos de trabalho. O mesmo foi observado na região e no Rio Grande do Sul, onde houve mais contratações do que demissões no período.

Em outubro, Pelotas tinha encerrado o mês com retração de 60 vagas de emprego de carteira assinada. Em novembro, no entanto, o saldo voltou a ficar positivo com o resultado de 4.017 admissões contra 2.295 demissões. Os destaques ficaram por conta da indústria, onde 1.592 novos postos foram criados, do comércio (109) e do setor de serviços (60). Já a retração foi identificada nos setores da construção civil (-37) e da agropecuária (-2).

Os 23 municípios que compõem a Azonasul juntos também registraram crescimento na geração de empregos formais, com 1.880 vagas preenchidas. Foram 7.498 admissões contra 5.618 demissões em novembro. 

A economista e membro da Associação Comercial de Pelotas (ACP), Cláudia Lemos, afirma que os dados de novembro mostram uma virada importante para Pelotas e região, onde os números revelam que houve um mês de fôlego, puxado pela indústria, enquanto Rio Grande enfrentou uma queda que chama atenção. “Para quem vive aqui, isso significa mais oportunidades em alguns setores e desafios em outros, mostrando que o mercado de trabalho não se move de forma homogênea e que cada cidade tem sua própria dinâmica”, diz.

Rio Grande registra queda nos indicadores

Após manter uma sequência de resultados positivos ao longo do ano, Rio Grande teve queda na geração de empregos com carteira assinada em novembro. A cidade deixou de contar com 290 postos de trabalho, resultado de 1.593 admissões frente a 1.883 demissões. Houve retração no setor de serviços (-158), na indústria (-124), na construção civil (-51) e na agropecuária (-19). Para o economista e professor da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), Eduardo Tillmannm, esses setores são caracterizados por sofrerem mais o patamar da taxa de juros. “Estamos com a Selic hoje a 15%, isso dificulta a obtenção de créditos, de capital de giro, e esses setores, principalmente a indústria e a construção, acabam sofrendo muito os efeitos desses juros relativamente altos”, afirma.

O único setor que registrou saldo positivo na cidade foi o do comércio, com a criação de 62 vagas. Para a economista da ACP, isso mostra que a cidade enfrenta uma conjuntura mais delicada, possivelmente ligada à sazonalidade ou à dependência de setores específicos.

Estado tem recuperação nos empregos

Em outubro o Rio Grande do Sul teve uma leve queda na geração de empregos, finalizando o mês com saldo negativo de 256. De acordo com o Caged, o mês de novembro foi de uma leve recuperação, com a criação de 4.636 vagas, que resultaram em um estoque de 2.916.981.

Foram 116.038 admissões contra 111.403 demissões em novembro no Rio Grande do Sul. 

Brasil tem pior novembro

No país, foram criados 85,8 mil empregos com carteira assinada, sendo que apenas os setores de serviços e comércio tiveram saldos positivos em novembro. Construção, agropecuária e indústria registraram retração no mês. 

Com relação ao acumulado de 2025, de janeiro a novembro, o saldo de empregos é menor do que no mesmo período do ano passado. Além disso, esse é o pior resultado para um mês de novembro registrado desde o início do novo Caged, em 2020, quando novas formas de coleta e integração de dados foram incorporadas.

Nos últimos meses, o mercado de trabalho vem dando sinais claros de desaquecimento. Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, os resultados refletem o impacto da taxa básica de juros elevada.

 

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