Conhecida como Várzea, região sul de Pelotas começa a receber calçamento

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Conhecida como Várzea, região sul de Pelotas começa a receber calçamento

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Há 100 anos

Depois de uma paralisação no trabalho, pela interrupção no fornecimento de pedras irregulares, a intendência (prefeitura) de Pelotas retomou o projeto de calçamento da região, conhecida pelo nome de Várzea. A boa notícia chegou aos jornais em 20 de dezembro de 1925.

De acordo com os periódicos locais, além de “embelezar” a pavimentação, ao facilitar o trânsito, também ajudava a “incorporar” aquela região “à cidade”. “Um vasto trecho de Pelotas que jazia quase sem progresso”, opinou um articulista.

Ainda em fase inicial, o calçamento seria mais um incentivo para povoação daquela zona de Pelotas, que naquele período recebia muitas construções novas. O projeto do intendente (prefeito), Augusto Simões Lopes Neto, também era visto como uma forma de levar mais higiene e saúde para a população que ali estava instalada.

Em dezembro daquele ano estavam sendo pavimentadas as ruas transversais: desde a Independência (atual rua Uruguai) até a rua
Sete de Abril (atual Dom Pedro II).

Entre os objetivos, estava aproximar a Várzea do Centro (Foto: Reprodução)

Francisca Eulália é homenageada

De acordo com o historiador Mario Osorio Magalhães, na obra Os passeios da cidade antiga, a Uruguai foi uma das 15 ruas projetadas em 1830 nos terrenos concedidos pelo governador dom Diogo de Souza à viúva de Francisco Pires Casado, dona Mariana Eufrásia da
Silveira. Teve primeiro o nome de Francisca Eulália, também viúva de Vigésimo José da Silva.

Por seus atos de benemerência Francisca Eulália tinha a estima dos poucos primeiros habitantes da pequena Pelotas do seu tempo.
Em 1854, a Câmara passou a revisar a nomenclatura das ruas da cidade e passou a preferir, então, nomes de santos. “Por exemplo, a Gomes Carneiro e a Tamandaré, que são vizinhas da Uruguai, passaram a se chamar, respectivamente, Santo Inácio e São Joaquim,
substituindo os nomes de expressão local Alferes Inácio e João Alves Pereira”, relembra o historiador.

Patriotismo

Fugindo a regra, a rua Francisca Eulália foi rebatizada para rua Independência. Ao inaugurar um surto patriótico, a comunidade passou a conviver, ao final dos anos 60 do século 19, com as ruas Sete de Setembro, no centro, e a Independência, na zona sul.
No início do século 20, a Independência passou a se chamar Uruguai, lembrando a contribuição do país vizinho na formação comunitária de Pelotas. “… na entrada do século 20, excetuando-se portugueses e italianos, o maior contingente de estrangeiros na população de Pelotas era formado pelos irmãos orientais (510 indivíduos, pouco mais de 11%)”, registra a obra de Magalhães.

Fontes: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; livro Os passeios da cidade antiga, de Mario Osorio Magalhães

 

Há 50 anos

Alcy Cheuiche lança em Pelotas Sepé Tiaraju

O escritor Alcy Cheuiche lançou em Pelotas seu quinto livro: Sepé Tiaraju – Romance dos Sete Povos das Missões. “Dedico este livro
a todas as minorias raciais que nesta e noutras regiões do globo, lutam por sua dignidade e sobrevivência”, escreveu na abertura da obra o autor. A sessão de autógrafos aconteceu na Bibliotheca Pública Pelotense.

O evento, promovido pelo Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, contou com a presença do secretário de Educação, professor Gilberto Gigante, o professor Nelson Abbot, responsável pelo Departamento de Assuntos Culturais da 5ª Delegacia de Ensino, na época, e da professora Noely Varotto, titular do Departamento de Ensino da Smec, e da escritora gaúcha
Maria Dinorah.

O livro narra a história do lendário guarani Sepé Tiaraju, líder da resistência indígena ao Tratado de Madrid (1750) nos Sete Povos das Missões, região oeste do Rio Grande do Sul. A obra, que acabou por pautar a memória dos romancistas sobre a vida de Sepé Tiarajú, foi traduzida para o espanhol e para o alemão, além de ser editada em quadrinhos no Brasil, em 1988.

Nascido em Pelotas

Alcy José de Vargas Cheuiche nasceu em Pelotas, é médico veterinário, professor e escritor brasileiro, autor de romances históricos, poesias, crônicas e teatro. Aos quatro anos de idade Alcy foi viver em Alegrete, onde entrou em contato com a natureza do pampa e a vida campeira. Aprendeu a ler e escrever e se tornou, como o pai, um entusiasta da vida do campo e das tradições gaúchas. Aos dezoito anos de idade, ingressou na Faculdade de Veterinária em Porto Alegre.

O autor recebeu o Prêmio Literário Ilha de Laytano por outro romance histórico: A Guerra dos Farrapos, 1985. Também foi destacado
pelo Açorianos pelo livro de crônica A Cidade de Perfi l (co-autor) e por Na Garupa de Chronos, 2000. Em 2006 foi escolhido patrono da 52ª Feira do Livro de Porto Alegre.

Fontes: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; wikipedia.org

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