O Parque da Baronesa enfrenta problemas recorrentes de depredação e manutenção que comprometem o uso da área pela população. Durante uma caminhada por todas as trilhas do parque, a reportagem constatou ao menos 35 luminárias de piso quebradas, arrancadas ou sem lâmpadas, muitas delas com fios expostos. Também foram identificados brinquedos danificados, equipamentos incompletos nas academias ao ar livre e um acúmulo de sujeira no lago artificial.
As condições observadas geram preocupação entre os frequentadores. A visitante Priscila Bichet, 37 anos, que costuma andar pelo parque com a família, lamenta a falta de cuidado. “É um ambiente tão bonito para trazer os filhos, interagir, e as pessoas não cuidam do nosso próprio patrimônio. Estragam a pracinha, a academia, jogam lixo no chão. Todo mundo tinha que ajudar a manter”, afirma.
A situação dos brinquedos infantis também foi alvo de críticas. Taiane Souza, 26 anos, e Patrícia Pereira, 42, relataram que estruturas antes em boas condições agora oferecem riscos. “O escorregador está incompleto, balançando, com partes de ferro expostas. Uma criança pode se machucar correndo ali”, alerta Patrícia. Segundo elas, a caixa de areia está sem areia suficiente para o uso das crianças.
Outra queixa recorrente é o alagamento da pracinha após chuvas. Vânia da Cunha, 54 anos, afirma que a água fica acumulada por dias. “No verão ainda seca mais rápido, mas no inverno não tem como vir. A minha filha pede para ir ao parque e eu digo que não dá, porque fica tudo empoçado”, relata. Apesar disso, ela reconhece avanços após a reforma: “Melhorou muito em vista do que era antes, mas o problema é que depois quebram.”
Câmeras com IA e placas
Responsável pela gestão do parque, o secretário de Qualidade Ambiental, Márcio Souza, atribui grande parte dos danos ao vandalismo, especialmente no período da noite, quando o parque está fechado. Segundo ele, a prefeitura instalou 32 câmeras de videomonitoramento com tecnologia de inteligência artificial. “Essas câmeras conseguem identificar invasões e situações de depredação, acionando automaticamente a Guarda Municipal”, explica. Placas informando a vigilância também devem ser instaladas nos próximos dias.
Limpeza do lago e drenagem

Drenagem e brinquedos estragados estão entre os problemas no parque (Foto: Jô Folha)
A secretaria mantém atualmente três funcionários responsáveis pela limpeza cotidiana do parque, além de um coordenador para gerenciar as operações. Em relação ao lago artificial, Souza informa que a coloração esverdeada ocorre pela falta de circulação da água. O aerador está em reparo e deve voltar a funcionar em janeiro. Já os pontos de alagamento na área dos brinquedos e das quadras esportivas devem ser solucionados com obras de drenagem previstas para 2026, em parceria com a Secretaria de Urbanismo.
Novos banheiros e voluntariado constante
Outras melhorias anunciadas incluem a instalação de novos banheiros – ampliando de seis para dez espaços, inclusive com acessibilidade –, a reposição de um bebedouro vandalizado e ações de embelezamento paisagístico. Também está prevista a criação de um programa de voluntariado, com frequentadores atuando como “amigos do parque”, orientando e conscientizando usuários.
Para o secretário, além dos investimentos públicos, a preservação depende da comunidade. “Falta consciência de que o que é público é nosso. Se todo mundo cuidasse, o parque estaria sempre em condições ideais”, conclui.
