Encerrada a temporada com o título da Copa Professor Ruy Carlos Ostermann, o Brasil agora foca exclusivamente na mudança da gestão para a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O sócio fundador da Pluri Sports, empresa parceira do clube ao longo do processo, Fernando Ferreira, cita um planejamento estratégico de “primeiríssima linha” e atualiza o andamento da transição administrativa.
“Foi importante para observar os jogadores, o trabalho da equipe como um todo, que foi muito louvável, com todas as dificuldades que existiram. Acabou fechando de uma maneira sensacional. A festa da torcida, a maneira como tudo aconteceu, tem um efeito bastante positivo sobre o ambiente. Tira um peso sobre o clube”, disse o economista em entrevista à Rádio Pelotense 99,5 FM nesta quarta (3).
Se não houve avanços a respeito do departamento de futebol em função do campeonato, nos temas extracampo o trabalho continuou normalmente. O restante dos documentos para a due dilligence – auditoria da situação do clube – foi entregue na última segunda-feira. A alteração do estatuto social da associação, aprovada em novembro, atravessa fase final de registro em cartório.
Em seguida, o novo CNPJ da empresa Grêmio Esportivo Brasil SAF será aberto e posteriormente regularizado em FGF e CBF. “É uma fase em que as coisas estão completamente encadeadas. Uma questão destrava a outra”, resume Ferreira. “O Brasil vai ter um planejamento estratégico de primeiríssima linha. Planejamento só não ganha, mas sem planejamento as coisas são muito mais complicadas”, completa.
Questão contratual
O economista explica que restam duas das quatro etapas documentais para a formalização da compra de 90% das ações da SAF por parte do Consórcio Xavante.
- Estatuto social da SAF: finalizado.
- Instrumento de direito de uso da marca: finalizado.
- Contrato de compra e venda: parte final.
- Acordo de acionistas: parte final.
Perguntado sobre o quadro de colaboradores do Brasil após a implementação do novo modelo operacional, o consultor da SAF garante a preservação da cultura do clube a partir do foco em profissionais pelotenses.
“O clube não tem muitos funcionários. A gente está, obviamente, avaliando cada um deles. O ideal é mexer o mínimo possível na estrutura e agregar. Outro ponto importante do conceito é privilegiar os profissionais locais. É uma parte da identidade da nova gestão. Não vai ser uma gestão que vai se afastar do Brasil ou ficar gerindo de São Paulo”, afirma.
Novidades para o futebol
Sem compromissos em campo, negociações avançarão para a formação do departamento de futebol. Fernando Ferreira prevê “novidades efetivas” a partir da semana que vem. O responsável por esse setor, Emerson da Rosa, que mora nos Estados Unidos, visitará Pelotas e Porto Alegre para uma “agenda pesadíssima” de reuniões ainda na primeira quinzena de dezembro. “Acordos relevantes” devem ser adiantados.
O novo centro de treinamento também segue com protagonismo na pauta. Estudos de potenciais áreas já ocorreram, assim como análise da viabilidade dos locais, verificando os tamanhos. A situação evolui para negociações com um dos terrenos, mantido sob sigilo. “Hoje [quarta-feira, 3] mesmo tenho uma conversa no final do dia sobre uma dessas áreas”, revela Fernando.
Proposta por SAF
Os compromissos assumidos pelos investidores que apresentaram a proposta são:
- garantir orçamento mínimo de R$ 142 milhões em dez anos;
- assumir a dívida do clube, estimada em R$ 22 milhões, conforme o processo de recuperação judicial já aprovado;
- construir um novo centro de treinamento;
- modernizar o estádio Bento Freitas;
- investir em questões estruturais voltadas ao futebol profissional e às categorias de base.
