Número de feminicídios teve alta de 50% na região em 2023
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira25 de Novembro de 2024

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Número de feminicídios teve alta de 50% na região em 2023

Comparação é em relação ao ano anterior. Levantamento mostra, por outro lado, redução de homicídios na Zona Sul

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Número de feminicídios teve alta de 50% na região em 2023
Especialista aponta que a redução do efetivo policia é um dos fatores que contribui para agravamento dos problemas de segurança (Foto: Jô Folha)

A criminalidade em 29 municípios da Zona Sul e algumas cidades da Campanha é passada a limpo com o Mapa da Violência 2023 produzido pelo Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais-Penitenciários (Gitep), do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Na região, por exemplo, houve aumento de 50% do número de feminicídios em relação ao ano anterior.

O comparativo de quatro anos de indicadores também apresenta uma visão sobre a incidência de outros crimes como homicídio, abigeato, latrocínio, furto e roubo. Para o organizador do mapa, professor e pesquisador da UCPel, Aknaton Toczek Souza, a segurança pública é uma preocupação crescente. As deficiências estruturais do Estado, a redução do efetivo policial, a precariedade do sistema prisional e o avanço das facções criminais são fatores que contribuem para o agravamento dos problemas de segurança.

Políticas públicas

Além disso, a falta de políticas públicas permanentes, intersetoriais e articuladas, assim como a insuficiência na transparência e qualidade dos dados, dificulta a implementação de medidas eficazes. A nota técnica deste ano enfatiza a importância de analisar os dados com base nas transformações socioeconômicas e políticas recentes na região, incluindo o impacto de novas políticas públicas, como o Pacto Pelotas pela Paz, a atuação das forças de segurança e o contexto pandêmico, que afetou diversas dinâmicas criminais.

Alguns indicadores oscilaram entre 2020 e 2022, e a maioria teve queda em 2023. Fora da curva está a violência contra a mulher com crescimento de feminicídios, ameaças, lesões corporais e estupro na maioria das cidades. Preocupação constante dos municípios de pequeno porte, o crime de campo teve em julho deste ano redução de 30% no RS. Entretanto, a criminalidade migrou para tráfico de drogas e ocorrências envolvendo armas.

Recentemente, a Azonasul anunciou a criação de uma agência de desenvolvimento que, entre outras atribuições, aborda as questões sensíveis de segurança na região. A situação dos efetivos policiais nos pequenos municípios é um pleito permanente, conforme argumenta a associação. Conforme nota, há especial atenção ao combate ao abigeato e aos pequenos furtos, problemas frequentes em áreas mais distantes, além do tráfico de drogas.

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