Transição energética deve gerar cerca de 150 mil novos empregos no RS até 2040

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Transição energética deve gerar cerca de 150 mil novos empregos no RS até 2040

Região Sul desponta como polo estratégico para expansão das energias renováveis.

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Transição energética deve gerar cerca de 150 mil novos empregos no RS até 2040
(Foto: Paulo Rossi)

As projeções para o futuro energético do Rio Grande do Sul foram o foco da reunião-almoço Tá na Hora, promovida pela Associação Comercial de Pelotas (ACP). A presidente do Sindienergia-RS e diretora de operações do DGE Soluções Renováveis, Daniela Cardeal, afirmou que o setor de transição energética e energia renovável será “o maior investimento da história do Rio Grande do Sul”, estimando R$ 6 bilhões em linhas de construção até 2030.

Segundo Daniela, o Estado vive um cenário excepcional para a expansão das energias limpas. “O Estado possui grande capacidade para geração eólica, solar, de bioenergia e hidrogênio verde, distribuída por diferentes áreas”, destacou.

Um estudo realizado pelo Sindienergia-RS, com dados de FEPAM, Ibama, Aneel e EPE, projeta que, até 2040, entre 50% e 60% dos projetos previstos se concretizem. Isso representaria 30 gigawatts de energia gerada e a criação de 150 mil empregos no RS.

Os investimentos variam conforme a fonte: a eólica em terra custa cerca de US$ 1 milhão por megawatt, enquanto a offshore chega a US$ 3,5 milhões por megawatt. Daniela também defende que a arrecadação dos projetos seja aplicada localmente, especialmente em unidades de conservação, educação e infraestrutura.

Região Sul tem importância estratégica

A presidente do Sindienergia-RS ressaltou ainda que a Região Sul concentra alguns dos principais empreendimentos previstos e possui papel estratégico pelos modais hidroviário, ferroviário e de cabotagem. “Estamos enxergando essa região como um centro de referência em descarbonização e em educação voltada para esse processo”, afirmou.

Ela também destacou que Pelotas e os municípios vizinhos ajudam a fomentar o debate sobre transição energética. “A operação de uma usina é apenas uma parte do trabalho. Sem o envolvimento e o entendimento dos demais setores e da população sobre os impactos positivos da transição energética, não conseguimos avançar de forma plena”, reforçou.

O presidente da ACP, Fabrício Cagol, avaliou a escolha da palestrante como estratégica diante do cenário energético atual. “A fala dela nos traz muita alegria, pois mostra que nossa região é um alvo potencial. Também foi uma oportunidade de pensar de que forma conseguiremos fazer essa extração respeitando as comunidades, o meio ambiente e trazendo um desenvolvimento socioeconômico para a região”, declarou.

Ele antecipou que a ACP pretende trazer Daniela novamente no primeiro semestre de 2026, para um seminário com participação do poder público, iniciativa privada e sociedade, que deverá incluir também o debate sobre a extração de petróleo na Bacia de Pelotas. A proposta inclui convidar representantes da empresa que realiza sondagens na costa e da Refinaria Sul-rio-grandense, a primeira biorrefinaria do Brasil.

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