A agroindústria Sabor da Colônia, de Turuçu, foi destaque no Prêmio Brasil Artesanal, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A empresa conquistou o segundo lugar na categoria molhos agridoces de pimenta.
Selecionado como um dos cinco finalistas entre um total de 90 inscritos, o molho passou por júri popular e foi eleito vice-campeão. O reconhecimento nacional valoriza quase duas décadas de trabalho de uma das pioneiras no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf), executado pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). A agroindústria recebeu o selo Sabor Gaúcho em 2008.
Para a proprietária, Vera Tuchtenhagen, a premiação comprova a qualidade dos produtos da agroindústria e reforça o reconhecimento do município. “Turuçu continua sendo referência na produção de produtos à base de pimenta em âmbito nacional. Com a premiação, acredito que teremos maior visibilidade para a agroindústria e nossos produtos”, destaca.
Conhecida pela variedade de doces, geleias, temperos e conservas, a Sabor da Colônia tem na pimenta seu principal destaque. Os primeiros testes para desenvolver uma geleia com a especiaria começaram em 2002, em parceria com a Emater/RS-Ascar, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Prefeitura de Turuçu.
Anos depois, em 2020, surgiu o Sweet Chilli, molho agridoce que ganhou projeção nacional. Combinando a picância da pimenta com a intensidade do maracujá, o produto integra uma fase de expansão do negócio, que lançou a marca Pimenta Guapa para identificar uma linha exclusiva à base de pimenta.
Quem subiu ao palco para receber o prêmio foi o produtor e marido da proprietária, Charles Kovalski. A premiação ocorreu na segunda-feira, em Brasília.
Qualificação como diferencial
Uma das propriedades mais antigas licenciadas no Estado, a agroindústria liderada por mulheres vive agora um processo de sucessão. Vera segue os passos da mãe, Veronica, à frente dos negócios. Inaugurada em 2006, a Sabor da Colônia conta com a assistência da Emater/RS-Ascar desde o início das atividades. “Sempre trabalhamos em conjunto, desde cursos e treinamentos até a assistência técnica direta dos profissionais municipais e regionais, que foram muito importantes para o sucesso da agroindústria”, afirma a produtora.
Entre os trabalhos desenvolvidos em parceria está a construção de um secador específico para a desidratação da pimenta, utilizado atualmente na propriedade. De acordo com o engenheiro de alimentos da Emater/RS-Ascar e responsável pelo projeto, Renato Cougo, a tecnologia criada em 2004 permite um processo mais eficiente e de maior qualidade do que a secagem ao sol, além de ter baixo custo, já que pode ser construída pelos próprios produtores e funciona à base de lenha ou mesmo energia solar.
Sobre o prêmio
Realizado desde 2019, o Prêmio Brasil Artesanal valoriza produtos fabricados por pequenos e médios produtores em diversos segmentos. A iniciativa integra o Programa Nacional de Alimentos Artesanais e Tradicionais da CNA, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital/SAA-SP). O convite para participar veio diretamente de uma das assessoras técnicas da CNA, que conheceu o potencial dos produtos ao visitar o estande da agroindústria durante a Expointer.
O concurso já contemplou categorias como queijos, geleias, cachaças e mel, destacando a diversidade da produção artesanal brasileira. Os três primeiros colocados de cada categoria recebem os selos ouro, prata ou bronze, que certificam a excelência do produto. Nesta edição, os molhos de pimenta foram avaliados nas categorias salgada e agridoce. No segmento agridoce, o primeiro lugar ficou com o Sítio Boca do Mato, de Mambaí (GO), e o terceiro com a Molhos Tchagos, de Araranguá (SC).
