A reunião entre produtores de pêssego, indústria e representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) não trouxe avanços significativos. O grupo buscava alternativas para reduzir a entrada do pêssego argentino no mercado nacional, com o objetivo de valorizar o produto local.
Representando os produtores, o presidente da Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas, Adriano Bosenbecker, explicou que, na conversa com Renato Agostinho, diretor do Departamento de Operações de Comércio Exterior, foi confirmada a impossibilidade de alterar as licenças devido à legislação vigente. Uma alternativa sugerida pelo MDIC seria buscar algum impeditivo à compota argentina por meio da Anvisa.
Atualmente, a caixa com latas de pêssego da argentina custa cerca de US$ 9,60, enquanto a brasileira não sai por menos de US$ 12,80. A expectativa, tanto das indústrias quanto dos produtores, era propor mudanças na forma de importação, hoje realizada de maneira automática.
No centro da discussão está o preço de compra da fruta pela indústria local. O Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel) oferece R$ 2,10 para o tipo 1 e R$ 1,85 para o tipo 2. Os produtores esperam receber ao menos o valor pago na safra passada: R$ 2,50 para frutas do tipo 1 e R$ 2,20 para o tipo 2.
Busca de novas alternativas
Outra possibilidade já descartada pelo grupo seria a venda de 15 milhões de latas de pêssego à Conab. Segundo Bosenbecker, a Companhia alega dificuldades e prioridade para a compra de arroz e leite destinados às escolas. “Também há outro problema, que é o período de férias escolares, pois a partir de agora a Conab só compra para o ano que vem”, explicou.
A agenda com o governo do Estado, que poderia avaliar a redução da alíquota do ICMS sobre o pêssego, ainda não avançou. Também não há definição de data para a próxima reunião entre produtores e indústria para discutir o preço de compra da fruta.
