“A prematuridade não pede licença — ela chega, às vezes na família, no vizinho, em alguém muito próximo”

ABRE ASPAS

“A prematuridade não pede licença — ela chega, às vezes na família, no vizinho, em alguém muito próximo”

Luthielle Antonaccio - Associação de Cuidado Integral à Prematuridade (CIP)

Por

“A prematuridade não pede licença — ela chega, às vezes na família, no vizinho, em alguém muito próximo”
A filha de Luthielle nasceu com 23 semanas (Foto: Reprodução)

No mês dedicado à conscientização sobre a prematuridade, histórias de luta, afeto e informação ganham força em Pelotas. Luthielle Antonaccio atua com outras mães por meio da Associação de Cuidado Integral à Prematuridade (CIP) e compartilha sua jornada pessoal, bem como as ações realizadas na cidade para acolher mães, fortalecer debates e ampliar a rede de cuidado.

Por que o mês de novembro é tão importante para a causa da prematuridade?
O mês de novembro é de conscientização e sensibilização à prematuridade. Este ano tivemos um grande avanço, que é a lei que institui o dia 17 de novembro como Dia Mundial da Prematuridade no Brasil. É uma data que já era celebrada no mundo todo, e agora o Brasil também reconhece oficialmente. Como mãe de uma prematura extrema, me sinto ainda mais motivada a falar sobre o tema, porque a prematuridade não pede licença — ela chega, às vezes na família, no vizinho, em alguém muito próximo. Por isso precisamos falar sobre isso o ano inteiro.

Como começou a tua trajetória compartilhando a história da tua filha nas redes sociais?
Quando a Ana Vitória nasceu, ela tinha 23 semanas. A primeira coisa que eu fiz foi procurar na internet se existia algum bebê de 23 semanas que tivesse sobrevivido. As redes sociais foram meu primeiro refúgio. Por isso, hoje também estou ali compartilhando nossa história. A CIP tem o canal Prematuros BR, que tem justamente o objetivo de levar informação de qualidade para mães, equipes de saúde e toda comunidade.

Como foi esse momento de cuidado com as mães nos hospitais?
A CIP acredita na união entre ciência, afetividade, espiritualidade e arte. As mães da UTI vivem uma montanha-russa emocional. Muitas chegam tristes, cansadas, sem se olhar no espelho. Com voluntários, oferecemos cabelo, unhas, massagem, pequenos cuidados que transformaram completamente o semblante delas. Foi muito bonito ver a diferença entre como entraram e como saíram. E isso reflete também nos bebês, porque a energia da mãe importa. Queremos fazer isso mais vezes ao longo do ano.

Quem quiser ser voluntário ou ajudar a CIP, como pode fazer?
No Instagram, somos @prematurosbr. Lá tem o link para se tornar associado, com contribuições simbólicas de 10 ou 20 reais, ou doações voluntárias. Tudo ajuda para que possamos continuar realizando ações durante o ano inteiro. A ONG também precisa de voluntários para os eventos e para chegar às famílias. Temos livros sobre prematuridade extrema e desenvolvimento infantil, com informações preciosas para equipes de saúde e para as famílias. Toda ajuda é bem-vinda.

Acompanhe
nossas
redes sociais