Ainda sem uma resolução definitiva sobre o preço de comercialização do pêssego destinado à indústria, produtores da fruta se reúnem nesta terça-feira (25) com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A principal pauta do encontro será a importação do pêssego argentino.
A reunião integra as ações dos produtores para viabilizar a valorização do preço de compra da fruta pela indústria, bem como do valor de venda do produto enlatado no mercado nacional. Outro encaminhamento em andamento diz respeito à possível compra de 15 milhões de latas de pêssego pela Conab.
Atualmente, há um impasse entre os produtores e o Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel): os produtores defendem a manutenção do preço do quilo praticado na última safra, quando foram pagos R$ 2,50 para frutas do tipo 1 e R$ 2,20 para o tipo 2. Entretanto, com expectativa de safra próxima a 45 mil toneladas para 2025/2026, o Sindocopel oferece R$ 2,10 para o tipo 1 e R$ 1,85 para o tipo 2.
Importação
Devem participar da reunião online Márcio Mota Fernandes Hissa, diretor do Departamento de Defesa Comercial; Rafael Ramos Codeço, diretor do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Bens de Consumo Não Duráveis e Semiduráveis; Daniela Matos, secretária-adjunta de Comércio Exterior; o prefeito Fernando Marroni (PT); Adriano Bosenbecker, da Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas; e Paulo Crochemore, presidente do Sindocopel.
Segundo Bosenbecker, a pauta principal será a reivindicação por alterações nas regras de importação do pêssego argentino. “Vamos abordar a possibilidade de mudança na licença, porque houve uma entrada muito grande de pêssego vindo da Argentina nos últimos dois meses no Estado”, comenta.
Atualmente, a caixa com latas de pêssego na Argentina custa cerca de US$ 9,60, enquanto no Brasil o valor mínimo não sai por menos de US$ 12,80. Indústrias e produtores pretendem propor mudanças na forma de importação, hoje realizada de maneira automática.
Bosenbecker reforça que ainda não houve avanço na discussão sobre o preço de venda da fruta para a indústria. “Permanece tudo igual. Dependemos de algum avanço na questão da importação para poder mudar os preços. A ideia é que se mantenha pelo menos o valor do ano passado”, afirma.
Série de reivindicações
Produtores também buscam, junto ao governo do Estado, a possibilidade de redução da alíquota do ICMS sobre o pêssego. Da mesma forma, pleiteiam o uso de uma câmara fria pública localizada em Capão do Leão. Outra frente de atuação envolve negociações com redes de supermercados para valorizar o produto local.
