A panfletagem na rua é só uma pequena parte do trabalho realizado das duas guarnições da Patrulha Maria da Penha do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) na região de Pelotas. Só neste ano, quatro policiais militares já realizaram 1.234 visitas a vítimas da violência doméstica nos municípios de abrangência do batalhão, na monitoria de 450 Medidas Protetivas de Urgência (MPUs).
O alcance das informações tem impacto direto nos indicadores. O último feminicídio registrado em Pelotas foi em outubro do ano passado (quatro em 2023). Este ano, nenhuma mulher perdeu a vida por esse tipo de crime e o trabalho de prevenção, levando informação à população em geral, pode combater outros crimes que não param de crescer como a lesão corporal, a ameaça e o estupro, conforme mostra o Mapa da Violência da UCPel.
No calçadão de Pelotas, a Patrulha Maria da Penha tem a missão de propagar a rede de proteção às vítimas, principalmente no mês dedicado ao combate à violência contra a mulher, no ano em que a Lei completa a maioridade, 18 anos. Policiais estiveram no Centro com o trabalho de panfletagem de prevenção e orientação.
O folder é bem completo e traz o passo a passo do que se deve fazer uma pessoa que se sinta acuada, agredida física ou psicologicamente. Os policiais alertam que as agressões não vêm só de companheiros, mas também a mães com filhos dependentes químicos enfrentam problemas.
No sábado, uma ação conjunta do 6º BPM, Justiça, Ministério Público e Furg será no Partage Shopping, em Rio Grande, a partir das 14h, quando serão esclarecidas dúvidas sobre a Lei Maria da Penha, acompanhada de música, maquiagem, manicure e brinquedos para as crianças.
Efetivo é insuficiente
“Buscamos melhorar esse atendimento. Vendo quais são as demandas. Mesmo assim, a Patrulha Maria da Penha evoluiu bastante”, diz o soldado Nelson Luís Ossanes Machado, ao admitir que a necessidade de reforço no efetivo.
Maior efetivo permitiria atender mais e melhor as pessoas nessas condições de vulnerabilidade, salienta Ossanes. “A vítima tem que estar segura.”
A rede de proteção vai desde o atendimento separado na Sala da Margaridas, na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), assistência psicológica e jurídica, até vagas de escolas para os filhos no momento que elas precisam mudar de endereço. “A Lei da Maria da Penha é bem completa”, garante o PM.