Interação Urbana Class leva cultura hip-hop à Praça CEU no bairro Dunas

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Interação Urbana Class leva cultura hip-hop à Praça CEU no bairro Dunas

Ação devolve a dança às ruas e reforça o hip-hop como identidade e território na cidade

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Interação Urbana Class leva cultura hip-hop à Praça CEU no bairro Dunas
(Foto: Julia Barcelos)

A Praça CEU, no bairro Dunas, foi palco da cultura hip-hop no sábado, na quinta edição do Interação Urbana Class, idealizado pela dançarina e coreógrafa Francine Lemos. O evento reuniu artistas de danças urbanas da região e de outros estados. Com acesso totalmente gratuito, a programação incluiu workshops, roda de conversa e batalhas com premiação em dinheiro.

Francine explica que o objetivo sempre foi valorizar a cultura hip-hop em suas diferentes expressões, fortalecendo troca e visibilidade para artistas locais e visitantes. “Eu moro aqui perto e escolhi fazer na comunidade justamente para não desfavorecer o laço da cultura hip-hop. Trazer o evento para cá potencializa não só quem já vive aqui, mas quem vem de fora, fomenta a cidade e valoriza o que construímos”, afirma.

Workshops abertos ao público

Durante a manhã, três workshops de Hip-Hop Dance movimentaram o espaço. Os rio-grandinos Karen Moreira e Adriel Vargas ministraram, em dupla, a última aula da programação matinal, voltada ao hip-hop freestyle. “É a primeira vez que damos aula em dupla, então pensamos em trabalhar com divisões e duplas, para estimular troca e experimentação entre as pessoas”, explica Moreira.

Com 17 anos de trajetória, formação em Dança pela UFPel, atuação no Coletivo de Dança de Pelotas e organização do Festival Zona Sul, em Rio Grande, Moreira reforça a importância de devolver o estilo às ruas. “Acho importante voltarmos para nossa raiz e fazermos um evento na comunidade. Para o público também entender que a gente também é cultura, e que a gente também é rua, acima de tudo”, afirma.

Adriel, fundador dos grupos Nascido Jumbox e do evento Essência Urbana, destaca o papel formador da iniciativa. “Acredito que a importância desse evento seja tanto para gente aprender coisas novas, quanto para ensinar. O professor de hoje é o aluno de amanhã. Quanto mais eventos como esse, mais a gente fortalece a cena das danças urbanas”, diz.

Para Francine, o Interação Urbana Class representa esse movimento de retorno à rua, ao encontro e à formação coletiva, além de inserir Pelotas no mapa de eventos relevantes da cultura hip-hop no país. “Pelotas é uma cidade majoritariamente negra, e precisamos fortalecer o hip-hop aqui. É cultura, é identidade, é território”, reforça.

Cypher e batalhas 1×1

À tarde aconteceu a Cypher, momento tradicional de improvisação e troca entre dançarinos, seguida das batalhas de Hip-Hop 1×1. O júri reúne nomes reconhecidos no cenário nacional: Kika Souza (SP), Guga Catanho (SP) e O’kani (SC). A apresentação ficou por conta do MC Deaf (Porto Alegre), com discotecagem de DJ Leocádio (SC). As inscrições prévias foram limitadas a 50 participantes.

Uma premiação para os três primeiros colocados busca incentivar artistas, especialmente os que se deslocam de outras cidades: 1º lugar (R$ 3.000); 2º lugar (R$ 1.000); 3º lugar (R$ 500).

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