A Black Friday, marcada para o dia 28 de novembro, já movimenta lojas físicas e o comércio eletrônico em Pelotas. Conhecida pelas grandes ofertas, a data também exige cautela dos consumidores diante de práticas abusivas, falhas nos produtos e promoções que nem sempre representam economia real. Às vésperas da data, o Procon de Pelotas reforça orientações e explica direitos garantidos pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Entre as dúvidas mais frequentes está o que fazer quando um produto apresenta defeito logo após a compra. De acordo com o coordenador Executivo do órgão, Crístoni Costa, o fornecedor tem 30 dias para resolver o problema. Caso o reparo não seja feito nesse período, o consumidor pode optar por um aparelho novo, igual ou superior, ou pelo reembolso integral. “A devolução sempre considera o valor da nota fiscal, independentemente de a compra ter ocorrido em promoção”, explica.
Outra questão recorrente é a garantia estendida, frequentemente oferecida no caixa e embutida nas parcelas. A prática é legal, mas não pode ser imposta. “A garantia estendida costuma ser ofertada por seguradoras, e o consumidor tem direito de arrependimento conforme previsto em contrato”, reforça Costa.
Pesquisa
Nas ruas de Pelotas, consumidores já começam a pesquisar preços. O casal Sueli Nunes Daniel, 67, e Ailton Ramos, 69, diz que, antes de comprar, observam se os valores realmente caíram. “Às vezes a gente pensa que é promoção, mas é ilusão”, comentam. Ela procura uma televisão e desconfia de itens que aparecem com descontos muito agressivos. “Eu tenho vontade de uma TV de 75 polegadas. Mas a gente pesquisa, porque tem loja que aumenta antes para baixar depois”, diz Sueli.
O casal também relata atenção extra às tentativas de empurrar seguros e proteções adicionais na hora do pagamento.
Compra estendida para o Natal
Além de compras para uso próprio, muitos aproveitam a Black Friday para garantir presentes de Natal com antecedência, hábito que, segundo o Procon, exige cuidado com políticas de troca. Diferentemente do comércio eletrônico, lojas físicas não são obrigadas a trocar produtos por motivo de cor, tamanho ou preferência. A troca, nesse caso, é uma cortesia, e as condições precisam ser verificadas antes da compra.
O Serviço de Educação ao Consumidor do Procon reforça a importância de guardar notas fiscais, anúncios, prints e comprovantes, essenciais em caso de reclamação. Em situações de dúvida ou conflito, o consumidor pode procurar o órgão, localizado na praça Rio Branco, 7, no Centro.
Com a proximidade do Natal, o órgão deve reforçar essas orientações nas próximas semanas. “O objetivo é garantir que o consumidor aproveite a Black Friday com segurança e consciência”, destaca o chefe de Educação ao Consumidor, Mateus Schneider.
A Federação das Câmaras de Comércio e de Serviços do Rio Grande do Sul estima que as vendas na Black Friday possam chegar a casa dos R$ 4 bilhões.
