Porto Memória – Volume 2 foca na primeira grande dragagem da barra

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Porto Memória – Volume 2 foca na primeira grande dragagem da barra

Obra do pesquisador Guilherme Pinto de Almeida para projeto homônimo relembra os 150 anos deste marco da modernização portuária local

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Porto Memória – Volume 2 foca na primeira grande dragagem da barra
(Foto: Leandro Lopes)

Será lançado nesta sexta-feira (14), às 19h, na sede da Otroporto Indústria Criativa, em Pelotas, o livro Porto Memória – Volume 2, de autoria do arquiteto, urbanista e pesquisador Guilherme Pinto de Almeida. A obra dá continuidade ao projeto homônimo iniciado em 2016, dedicado a recuperar e difundir a história portuária da cidade, suas transformações e personagens.

O novo volume tem como eixo central a primeira grande dragagem da barra de Pelotas, concluída entre 1875 e 1876, que permitiu a entrada de embarcações de grande porte no canal São Gonçalo. A intervenção foi decisiva para o desenvolvimento da hidrovia da Laguna dos Patos e marcou um salto na economia local, impulsionando a exportação de charque, principal produto do município no século 20.

Segundo Almeida, a ideia para o livro surgiu durante a atual dragagem em andamento no canal São Gonçalo, quando percebeu-se que a cidade completava 150 anos da primeira grande obra portuária. “Esse marco representou um sonho realizado para os charqueadores, que desde a década de 1830 desejavam ter um porto próprio, independente de Rio Grande. A partir de 1875, Pelotas conquistou essa autonomia, consolidando-se como centro exportador”, explica o autor.

A dragagem significou um grande desenvolvimento para Pelotas, que na época estava no auge da produção de charque. “O Mario Osorio Magalhães data entre 1860 e 1890, o auge da produção. E justamente na metade desse período aí, desses 30 anos, aconteceu essa obra que os charqueadores já desejavam desde a década de 1830. O Domingos de Almeida e o Gonçalves Chaves, eles tinham iniciado em 1833 a fazer isso, com alguns estudos, com um engenheiro que fez algumas plantas”, relembra o pesquisador. Naquele período, a Revolução Farroupilha interrompeu essa prospecção.

Episódios emblemáticos

O livro também revisita episódios emblemáticos, como a chegada do vapor Guaíba, em 11 de outubro de 1875, primeiro navio brasileiro de grande porte a alcançar o porto, e a do Tampico, embarcação norte-americana que, em fevereiro de 1876, trouxe festa e euforia às ruas de Pelotas. “A chegada do Tampico simbolizou modernidade e independência. Foi celebrada como uma vitória econômica e política do município”, relata Almeida.

Além do contexto histórico, o pesquisador destaca personagens e curiosidades, como o engenheiro Giacomo Raja Gabaglia, responsável pelos estudos técnicos da abertura da barra, e o capitão Frederic Bonhoff, comandante do Tampico, que ganhou notoriedade por um ato heroico no mar anos antes.

Com apresentação de Eduardo Arriada, coordenação editorial de Duda Keiber, design e direção de arte de Valder Valeirão, design de Kim Valeirão e fotografia de capa de Leandro Lopes, o livro reúne 32 imagens históricas e informações inéditas sobre a formação portuária da cidade.

Distribuição gratuita

Financiado pelo Fundo Social 2025 da Sicredi, Porto Memória – Volume 2 integra as atividades da Biblioteca Otroporto, contempladas pelo Programa Cultura Viva – Sedac RS 2025. Por esse motivo o livro será distribuído amanhã, para quem for até o lançamento. Futuramente, os organizadores pretendem disponibilizar a obra a instituições de educação. O livro ainda tem uma versão em pdf, que também será disponibilizada.

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