Em plena era dos smartphones é raro quem dá um simples passeio e não faz uma foto do momento. Mas nas primeiras décadas do século 20 fazer um registro fotográfico era algo raro e caro, o que possibilitou o surgimento da figura do “retratista” ou “lambe lambe”, um profissional encontrado mais facilmente nos parques e praças. Essa profissão praticamente não existe mais. Mas esta não é a única que desapareceu ou foi adaptada a contemporaneidade. Algumas delas foram relembradas pelo professor e poeta Gilfredo Rodrigues Renck, na obra Ofícios perdidos (Chumbo Edições, 2023).
A obra, impressa na gráfica do IFSul /Campus Pelotas, marcou as celebrações dos 80 anos deste Instituto, fundado em 1943. “O reitor e o diretor da Escola adotaram esse livro como mimo oficial das comemorações aos 80 anos da instituição”, conta o professor aposentado. A obra tem distribuição gratuita e teve lançamento em outubro do ano passado, mas ainda está em distribuição.
Entre as mais de 60 profissões que o poeta considera perdidas estão: o boticário, o cabungueiro, o rábula, o cocheiro e o geleiro. Para cada uma delas, Renck escreveu uma poesia relembrando o ofício. A obra é totalmente ilustrada pelo artista plástico Luiz Gonzaga de Souza Cruz, que fez os desenhos a bico de pena. “Hoje tu não encontras mais pelas ruas da cidade um lambe lambe ou um mascate, que muitos nem sabem quem era”, comenta.
Gilfredo Renck foi educador da Escola Técnica Federal de Pelotas, transformado posteriormente em do Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas, e acompanhou as mudanças mais recentes pelas quais a instituição passou. “Depois que eu terminei essa publicação encontrei mais seis ou sete profissões que eu não lembrava”, conta.
O professor das disciplinas de Física e Matemática, que hoje se dedica à escrita e à poesia, diz ser um saudosista, o que o motivou a escrever o livro. Interessados em receber um exemplar podem entrar em contato com o autor pelo telefone (53)984-380870.