O Pacto Pelotas Pela Paz completa sete anos de integração com resultados na segurança pública e a percepção da comunidade que vivenciou a criminalidade de perto tem grande impacto.
Pestano, Getúlio Vargas, Dunas e Navegantes são locais que já concentraram mortes e tiroteios. Hoje, há convivência harmônica, desde que algumas regras sejam seguidas.
Uma moradora da avenida Ulysses Guimarães, que não quis se identificar, está há 34 anos no local e relembra os períodos de violência. “Nós víamos tiroteio toda hora. Agora não. Nem roubo tem mais. Mas isso acontece pois o pessoal aqui (do tráfico) que mantém tudo tranquilo”, apontou. A moradora diz que pouco vê a viatura. “Elas aparecem quando tem algum acidente. Eu acho que eles (BM) tinham que circular mais”.
A microempreendedora Danusia Souza Garcia, 49, está há 12 anos com um estabelecimento no ramo de alimentos no local e percebe a diferença. “Antes era horrível. Bastante violento. Antes, por exemplo, nós chamávamos o Uber e ele não vinha. Agora vem”.
Para a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), o Pacto Pelotas pela Paz trouxe ao município a integração e a concentração dos esforços de todos os agentes envolvidos na segurança da cidade.
“Com ações integradas, embasamento científico e foco na prevenção, trazemos uma perspectiva de futuro melhor, pois uma cidade em paz se desenvolve ainda mais e fortalece a educação, a geração de emprego, a saúde e tantas outras coisas. Assim, estamos semeando a cultura da paz, para que sigamos transformando e preservando vidas”, afirma.
Ampliação e conhecimento de causa
Entre as reduções na criminalidade, o comandante do 4º BPM, o tenente-coronel Paulo Renato Scherdien, destaca as mortes violentas, roubo a pessoas, roubo a comércio, roubo a transporte público e roubo a residências.
“Todas as regiões da cidade tiveram redução nos indicadores. Tanto no Centro como nos bairros é percebida essa melhora e a tranquilidade das pessoas. Bairros como o Dunas e o Fragata são exemplos de locais em que atualmente os indicadores estão muito reduzidos”.
O olhar dos bairros
Um dos líderes comunitários do loteamento Getúlio Vargas, Edison Rodrigues, avalia o Pacto como positivo, mas acrescenta que nunca teve esse olhar de vulnerabilidade para seu bairro. “Há 14 anos sim era bastante violento, pois havia brigas entre gangues do Getúlio e do Pestano. Mas a partir de projetos sociais de bairros como o Renovação, com a dança, o Anjos e Querubins, com a música, e o Jovem Atleta, com o esporte, eles passaram a ter atividades juntos. Essa convivência levou ao caminho da paz. Acho que o Pacto ajudou bastante, mas o governo poderia ter investido nos projetos já existentes, feitos por gente daqui e que conhece a comunidade. Nunca senti insegurança, o nosso bairro foi rotulado errado, ficou com uma imagem ruim. Falta oportunidade”, concluiu.
Mesmo assim, o líder tem a sensação de uma melhor convivência, o que para ele é um salto positivo por amar a comunidade em que vive.