A região sul voltou a apresentar saldo positivo na geração de empregos, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O saldo registrado foi de 664 novas vagas, com estoque mensal de 151.641 postos de trabalho. O desempenho foi impulsionado principalmente pelos setores de serviços e agropecuária.
Após perder 315 vagas em agosto, Pelotas voltou a registrar saldo positivo, com 253 novas oportunidades de emprego. O setor de destaque foi o de serviços, com 120 vagas, seguido do comércio, com 91. O estoque mensal do município é de 66.474 postos.
Rio Grande mantém saldo positivo na geração de empregos desde janeiro de 2025. Em setembro, foram criadas 112 vagas. Os setores que mais contrataram foram serviços, com 88 vagas, e agropecuária, com 38 oportunidades. Já o comércio apresentou retração de 49 vagas.
Cenário de instabilidade
Na avaliação do economista e diretor de Relações Institucionais da Associação Comercial de Pelotas (ACP), João Carlos Madail, Pelotas e o Rio Grande do Sul apresentam, em 2025, um cenário de instabilidade na geração de empregos.
“Em Pelotas e outros municípios da região, a oferta de vagas cresce impulsionada pelo comércio — especialmente nos meses que antecedem as festas natalinas — e pelo agronegócio, nos períodos de colheita e processamento de frutas e hortaliças, impactando a geração de empregos formais, que alcançam números significativos”, avalia.
Segundo Madail, o ideal seria que o número de vagas se mantivesse em crescimento, o que não ocorre devido à ausência de indústrias de transformação. “O próprio comércio tem sofrido concorrência cada vez maior das transações via internet”, afirma.
Rio Grande
Diferentemente de outras cidades da região, Rio Grande vem mantendo estabilidade na geração de empregos. Em janeiro, foram 351 vagas; 157 em fevereiro; 207 em março; 8 em abril; 67 em maio; 127 em junho; 172 em julho; e 109 em agosto.
Na avaliação de Madail, as contratações em Rio Grande devem se intensificar devido à construção de navios e plataformas, que movimenta diversas atividades complementares. “A Zona Sul carece de planos de atração de indústrias com foco na produção para o mercado brasileiro e para exportação, aproveitando a proximidade do Porto de Rio Grande”, afirma.
Agropecuária
Ao lado dos serviços, a agropecuária se destaca na região sul, iniciando as contratações para o preparo da safra de verão. “Nesse período, a mão de obra tem uma importante escalada”, informa o presidente do Sindicato Rural de Pelotas, Augusto Rassier.
Segundo ele, o produtor precisa otimizar seu processo de plantio para atender às necessidades agronômicas de cada cultura. “Para atingir essa meta, é fundamental contratar mão de obra. Diversos processos compõem o plantio de uma lavoura, como preparo de solo, irrigação, aplicação de defensivos e o próprio plantio”, explica.
Perspectivas para 2026
Para Madail, a instabilidade na oferta de empregos deve se manter até o início do próximo ano. “É o período em que os recursos financeiros dos consumidores, oriundos do décimo terceiro salário, se esgotam, impactando negativamente o comércio e os serviços.”
Estado
Assim como a região sul, o Rio Grande do Sul também registrou saldo positivo na geração de empregos formais em setembro: 3.890 novas vagas. O resultado vem após saldo negativo em agosto. O setor de serviços liderou a criação de empregos, seguido pelo comércio e pela construção civil, enquanto a indústria apresentou queda.
