Para muitas meninas, a festa de 15 anos é um grande sonho — os vestidos, a valsa da debutante e toda a magia que esse dia carrega. Para Maria Antônia, que fez aniversário no último dia 25, esse sonho tem um significado ainda mais especial.
Nascida com malformações na face, desde muito pequena precisou aprender a conviver com traqueostomia e sonda de alimentação, enfrentando desafios que vão muito além do que a maioria das meninas da sua idade conhece. Cercada pelo carinho da família e da equipe de saúde de atendimento domiciliar do HE-UFPel, que a acompanha desde os 7 anos, ela pôde viver seu grande dia como toda adolescente merece: com alegria, magia e muito amor.
A festa, que aconteceu na tarde desta segunda-feira (27), foi preparada com muito carinho pelos familiares e pela equipe que a acompanha. Além da celebração do novo ciclo, a festa também comemora força, determinação e afeto, mostrando que cada desafio enfrentado por Maria também é uma conquista a ser celebrada.
A mãe de Maria Antônia, Elma Rosane da Silveira Souza, conta com alegria a oportunidade de estar comemorando essa data junto à filha e à equipe. “Eles são como família. Somos acolhidas por eles, e, se não fosse pelo esforço deles, não seríamos ninguém. Eles nos cuidam — como diz o ditado, ‘se estende o cuidado’ —, eles cuidam da minha filha e me cuidam junto, porque eu também não fico bem quando ela não está bem. Me sinto feliz e muito grata por tudo que fazem por nós”, destaca.
Uma história de força
Desde muito pequena, Maria Antônia teve que passar por várias cirurgias e aprender a viver com traqueostomia. Aos sete anos, ela começou a receber atendimento domiciliar, possibilitando cuidados que vão muito além da medicina tradicional.
Uma equipe multiprofissional do HE-UFPel acompanha Maria Antônia de perto, oferecendo atenção constante para que cada dia seja mais seguro e confortável, tornando os momentos complexos muito mais tranquilos de lidar. Médicos, enfermeiras, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogas e assistentes sociais dedicam-se a apoiar a jovem e sua família, ajudando não apenas nos cuidados de saúde, mas também em cada passo da sua rotina, para que ela possa viver com mais autonomia, confiança e alegria.
Para a equipe, a mobilização foi a prova de que cuidar também é possibilitar vivências – e que a saúde floresce onde a vida acontece: em casa, com afeto e cuidado. “Ninguém é só um diagnóstico. Quando conhecemos a Maria Antônia e sua família, entendemos as expectativas, sonhos, medos e preocupações. Assim, as metas clínicas se transformam em objetivos de vida. Celebrar os 15 anos com ela é mais do que uma data, é dizer ‘estaremos sempre contigo’. Esse olhar humano guia cada decisão, lado a lado com os exames e tratamentos que fazemos”, afirma Tiago Maas, chefe da Unidade de Atenção Domiciliar e dos Cuidados Paliativos do HE-UFPel.
