Problemas respiratórios crescem após incêndio em silo de Arroio Grande

fiscalização ambiental

Problemas respiratórios crescem após incêndio em silo de Arroio Grande

Fumaça atinge a cidade há cerca de duas semanas

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Problemas respiratórios crescem após incêndio em silo de Arroio Grande
Acesso lateral foi aberto para retirar grãos e resfriar a estrutura (Foto: Divulgação)

Há cerca de duas semanas, o Corpo de Bombeiros trabalha na contenção de um incêndio em um silo de grãos, localizado às margens da BR-116 em Arroio Grande. Neste momento, de acordo com a corporação, as chamas estão controladas, mas a fumaça é persistente e chega até o centro da cidade. Essa condição fez com que a prefeitura acionasse os órgãos de fiscalização ambiental, uma vez que o número de casos de síndromes respiratórias entre moradores aumentou, desde que o sinistro foi registrado.

Este é o segundo incêndio em um silo da empresa Cotribá. O primeiro foi registrado em julho deste ano e a estrutura danificada fica ao lado da que está tendo as chamas controladas neste momento.

De acordo com o 3º Batalhão de Bombeiros Militares (3ºBBM), uma equipe atua na retirada da soja de dentro do silo, depois que foi possível a abertura de um acesso lateral. A ação tem o objetivo de resfriar o produto e evitar uma nova combustão.

Não houve registro de feridos em nenhum dos dois incêndios registrados na área da Cotribá e a situação está sendo controlada. No último pronunciamento da empresa sobre o ocorrido foi informado que, tanto o silo quanto os grãos armazenados, possuem cobertura de seguro. Também foi reforçado o compromisso com a segurança, transparência e responsabilidade da Cotribá com todas as suas operações, além de garantir que a área estava sob acompanhamento técnico e constante monitoramento.

Casos respiratórios

(Foto: Divulgação)

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Arroio Grande denunciou o caso para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e para o Ministério Público, por não ser a primeira vez que uma estrutura do local pega fogo, causando riscos de saúde para a população.

Segundo a prefeitura, a procura de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Pronto Atendimentos, por pessoas com irritação na garganta e síndromes respiratórias, aumentou entre 20% e 30% desde o início do incêndio. “O cheiro de fumaça na cidade é muito forte, inclusive quando o vento sopra em direção ao centro da cidade. Quando o vento sopra em sentido contrário, os bairros mais próximos da entrada de Arroio Grande ainda sentem o forte cheiro de queimada”, disse o setor de comunicação da prefeitura.

Causas

O silo armazena cerca de 120 toneladas de soja e, de acordo com a análise inicial das autoridades, o fogo pode ter sido causado pelo atrito dos próprios grãos de soja, gerando uma combustão espontânea.

Foi mobilizada a guarnição de serviço do pelotão de bombeiro militar de Jaguarão, guarnição de serviço do serviço civil auxiliar de bombeiro (SCAB) de Arroio Grande e a brigada de incêndio da empresa responsável pelo silo.

Segundo incêndio

De acordo com o Comando Ambiental da Brigada Militar (Patram), uma guarnição seria deslocada até o local para avaliar as condições do sinistro e os potenciais riscos de contaminação do meio ambiente. No entanto, com a denúncia ao Ministério Público, a ação já está ajuizada, sendo de responsabilidade de outra instância.

No caso do incêndio de julho, foi aberto um inquérito para apurar a possibilidade de crime ambiental. A investigação segue em aberto.

O descarte dos grãos teria gerado uma grande quantidade de chorume que, em caso de infiltração no solo, pode configurar o crime. O mesmo deve ser avaliado nesta ocorrência.

Em resposta ao A Hora do Sul, à época, o setor jurídico da empresa afirmou que tinha toda a documentação para as atividades desenvolvidas em Arroio Grande dentro da conformidade com a legislação.

Sobre a possibilidade de crime ambiental, a empresa garantiu, na ocasião, que não havia qualquer irregularidade intencional, uma vez que o material precisou ser retirado dos dois silos, pelo Corpo de Bombeiros, para o combate às chamas.

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