Para reduzir a fila de espera na área da saúde em Pelotas — que, em março, registrava cerca de 53 mil consultas e duas mil cirurgias eletivas —, a prefeitura implementou um plano emergencial prevendo a contratação de exames com base na média de valores praticados pelos planos de saúde. Ao todo, serão destinados R$ 4,7 milhões para ampliar a oferta de exames, bem como de consultas e procedimentos.
Com uma proposta de valores diferenciada — superior à tabela do SUS, frequentemente alvo de críticas das instituições pela defasagem de preços —, a prefeitura busca assegurar que hospitais e clínicas aceitem ampliar a prestação de serviços ao município.
Conforme a secretária de Saúde, Ângela Vitória Moreira, no momento de renovação dos contratos com as instituições foram elencados os exames com o maior número de pacientes em espera para o aumento da provisão. Entre eles estão ressonância magnética, tomografia, ultrassonografia e colonoscopia. Somente para a colonoscopia, há nove mil pessoas na fila.
“Já encaminhamos para todos os hospitais e clínicas contratadas avaliarem quais e quantos procedimentos eles podem realizar”, diz a secretária. O governo aguarda agora o retorno das instituições. Com o funcionamento pleno do tomógrafo do Hospital Escola da UFPel, a perspectiva é realizar mil exames mensais e, com isso, zerar a fila para esse serviço.
Segundo Ângela Vitória, a ação emergencial abrangerá também consultas com especialistas, como neurologistas e otorrinolaringologistas. Em seguida, uma portaria será publicada exclusivamente para a oferta de cirurgias. “Para pequenas cirurgias, como as de ortopedia — punho, ombro e mão”, explica.
A receita de R$ 4,7 milhões da ação emergencial é composta por recursos do município, além de emendas parlamentares federais e repasses da Câmara de Vereadores destinados exclusivamente a mitigar a fila da saúde.
