Há 38 anos
Uma tragédia chocou a comunidade da Zona Sul em 22 de outubro de 1987. Por volta das 10h, um trem graneleiro caiu no vão da ponte móvel da Viação Férrea sobre o canal São Gonçalo. A locomotiva 4238 era conduzida pelas únicas vítimas fatais, o maquinista Marco Antônio Becker e o auxiliar, Ronaldo Arrieche. Um acidente semelhante a este tinha sido registrado, cerca de 40 anos antes.
O comboio transportava 1.020 toneladas de soja de Rio Grande para Ceval S/A em Pelotas. De acordo com informações da época, a locomotiva mergulhou em uma profundidade de mais de 11 metros, arrastando dois vagões para o fundo e deixando um outro suspenso.

(Foto: Reprodução)
Manutenção sinalizada
No dia do acidente foram levantadas diferentes hipóteses para a fatalidade: mal súbito do condutor, excesso de velocidade, falha mecânica ou humana. De acordo com testemunhas, a sinalização funcionava normalmente naquela hora.
Algumas bandeiras alertavam para o perigo, na distância considerada correta, argumentaram representantes da ferrovia. Um detalhe que corroborava com a hipótese de um mal súbito: o maquinista não acionou a buzina, alertando os trabalhadores da ferrovia.
Outro fato observado era que o comboio estava em alta velocidade, percorrendo em 20 minutos o percurso que deveria fazer em 35 minutos. Os funcionários que faziam a manutenção daquele trecho tentaram alertar ao maquinista sobre o perigo, mas não foram bem-sucedidos.
Após a queda, o maquinista veio à tona, sendo avistado pelo remador Luciano Rochedo Bento, do Clube Náutico Gaúcho. Bento chegou a recolher uma pasta com documentos e o livro de viagem, porém não conseguiu resgatar o homem. A correnteza, forte naquela manhã, também dificultava a tentativa de resgate dos corpos, que desapareceram.
Retirada
Para a retirada da máquina que puxava o comboio de 20 vagões e os dois vagões submersos foi preciso uma embarcação dotada de guindaste, vinda de Rio Grande, cedida pelo Deprec. O vagão suspenso esperava para ser tracionado por trás, depois de retirado os outros vagões. A Ceval perdeu 150 toneladas de soja, porém a carga estava segurada.
Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 50 anos
Interdição parcial da ponte Alberto Pasqualini causa transtornos para o transporte rodoviário

A Léo Guedes estava sendo construída em 1975 (Foto: Reprodução)
A comunidade e os motoristas do transporte rodoviário, especialmente os dos caminhões carregados de soja, reclamavam das filas que se formavam para a fazer a travessia da ponte Alberto Pasqualini, sobre o canal São Gonçalo. Na época a estrutura que ligava Pelotas a Rio Grande estava interditada desde 1974, funcionando parcialmente.
A ponte inaugurada em 1962 foi utilizada sem restrições até 1974, quando foi interditada e condenada. O motivo apontado era o intenso tráfego de caminhões, cada vez mais pesados, rumo ao Superporto de Rio Grande.
Boa parte dos veículos ultrapassava a carga máxima permitida para a ponte, que aceitaria veículos de 36 toneladas. O excesso de peso causou fissuras na estrutura. A estrutura teve que ser reforçada e ao mesmo tempo a carga máxima foi limitada a veículos de 24 toneladas.
Só em 1976
A interdição fez um gargalo no transporte das safras de 74 e 75. Para contornar a situação, foi montada uma operação envolvendo a Rede Ferroviária Federal, na qual os caminhões de alta tonelagem eram transportados pela ferrovia.
Em outubro de 1975, o DNER estava construindo a nova travessia. A ponte Léo Guedes foi inaugurada em maio de 1976 e ainda está em funcionamento.
Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense