Solon Silva é integrado ao Patrimônio Histórico-Cultural Imaterial de Pelotas

homenagem

Solon Silva é integrado ao Patrimônio Histórico-Cultural Imaterial de Pelotas

Com 65 anos de carreira na música, pelotense vai completar 80 anos em novembro

Por

Solon Silva é integrado ao Patrimônio Histórico-Cultural Imaterial de Pelotas
Atuação do músico foi além dos palcos e se estende ao Carnaval (Foto: Laura Cruz)

Prestes a completar 80 anos de vida, no dia 23 de novembro, e com mais de 65 anos de carreira musical, o pelotense Solon Vieira da Silva passou a integrar o Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial da Cidade de Pelotas. A proposição do vereador Cauê Fuhro Souto Martins (PV) foi protocolada em agosto e na segunda-feira foi acolhida pela Câmara Municipal, que aprovou a Lei de Número 7.483/2025.

Na sua justificativa, o vereador lembrou da presença constante do músico na cena das artes em Pelotas. “Solon Silva é referência cultural na cidade de Pelotas”, descreve.

Instrumentista, compositor e intérprete, Solon conta que se surpreendeu com a homenagem, que só ficou sabendo que existia há poucos meses. “Mas ao receber a notícia fiquei até envaidecido, recebo com a maior importância”, comentou o músico.

Solon Silva começou a aprender a tocar violão ainda muito jovem. O músico relembra que o início na música aconteceu naturalmente para ele, quando ainda morava no Simões Lopes.

O artista conta que nasceu em uma família na qual, praticamente, todos os homens tocavam algum instrumento e que tinha um tio que fez sucesso na rádio Cultura de Pelotas, nas décadas de 1940 e 1950. “Quando chegou a minha vez, era natural que eu e alguns primos tocassem algum instrumento, mas eu levei mais a sério e passei a viver dessa atividade”, relembra.

A atuação na noite pelotense, nas rádios e no Carnaval fizerem a história de Silva se cruzar com a história da música pelotense. Mesmo reconhecido como “o seresteiro”, no município e fora dele, o músico diz que até hoje batalha para se manter na ativa. “Sou um artista municipal, meu trabalho é baseado aqui, apesar de ser conhecido em outras cidades, então ralo até hoje”, fala ao lembrar a dura vida do música das festas e eventos.

Biografia na Feira do Livro

No final do ano passado, o escritor e também músico José Leonel da Luz Antunes lançou a biografia Solon de todos os palcos. Na obra Antunes refaz a trajetória do artista, a partir das histórias que ele vivenciou.

Fã do artista desde a adolescência, Antunes apresenta uma biografia recheada por acontecimentos que atravessam a história do Carnaval e da cultural musical pelotense, nem sempre de forma linear. Este ano, no dia 4 de novembro, a obra será lançada na 51ª Feira do Livro, onde o escritor e o biografado vão autografar o livro.

“É um reconhecimento devido”, fala Antunes sobre a patrimonialização do músico. O biógrafo lembra que da primeira vez que vi Solon, foi em 1972. “Lá na praça da avenida Bento. Era o aniversário da cidade. Ele tinha 27 anos e eu 14. E eu desci ali, olhei, vi aquela muvuca, era ele tocando. E foi ali que eu passei a nutrir a admiração pelo artista. Comecei a acompanhá-lo e respeitar. E ele é um ícone, não adianta. É um cara que, com 65 anos de carreira, se mantém”, diz Antunes.

Para o biógrafo é admirável a disposição de Solon para subir no palco, independentemente do lugar. “Se você for hoje a um show dele, uma apresentação, ele canta com a mesma vibração. Não importa se tem três pessoas ou se tem mil. Parece que incorpora, naquele momento ali e ele toca com uma alegria, abre a voz”, comenta o escritor.

Acompanhe
nossas
redes sociais