Dezenas de bancários manifestaram-se nesta segunda-feira (12) em frente à agência da Caixa Econômica Federal no calçadão de Pelotas. Os trabalhadores tentam chamar a atenção da categoria e da população para as negociações de reajuste com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na qual solicitam aumento real de 5% (valor acrescido ao INPC).
De acordo com o diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região, Lucas Cunha, a Fenaban não tem sinalizado atender às demandas dos trabalhadores.
A negociação arrasta-se desde julho, salienta Cunha, e intensificaram-se neste mês de agosto, o que fez os trabalhadores organizarem atos de rua em todo o país. O acordo coletivo será firmado no dia 1º de setembro.
“Na negociação anterior, os bancos demonstraram que vão endurecer, com uma série de argumentos de que o sistema financeiro está mudando de perfil e as fintechs estão roubando o espaço. Eles sinalizam que estão lucrando menos, mas na prática a gente vê o contrário”, argumenta Cunha.
Segundo relatório do Banco Central (BC), o lucro líquido dos bancos atingiu novo recorde no ano passado, com R$ 145 bilhões – alta de 5% em relação a 2022. Na contramão, diz o sindicalista, as instituições pressionam contrariamente às demandas dos trabalhadores.
“Vieram com a conversa de que vamos ter que escolher se queremos mais direitos ou empregos. No setor privado, os bancos vêm demitindo há bastante tempo e contratando terceirizados. O Santander chegou a ter 50 mil empregados e hoje tem 33 mil no Brasil. Só aqui no Estado, demitiram 3 mil pessoas.”
Novos atos
Até o momento, não houve alteração nos serviços das agências de bancos em Pelotas, mas a categoria não descarta aumentar o tom nas manifestações.
“Estamos dispostos a lutar, manter o que temos e avançar em algumas pautas. Evitamos, até o momento, atrapalhar o atendimento das agências, mas não descartamos isso na próxima semana, porque amanhã é uma negociação definidora”, conclui Cunha.