Início da dragagem do canal de acesso ao Porto de Rio Grande é assinado

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Início da dragagem do canal de acesso ao Porto de Rio Grande é assinado

Investimento é considerado o maior em dragagem da história do Rio Grande do Sul

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Início da dragagem do canal de acesso ao Porto de Rio Grande é assinado
Eduardo Leite assinou contrato em Rio Grande. (Foto: José Vitor Silva)

A dragagem do canal de acesso ao Porto de Rio Grande, ação importante para a mitigação dos efeitos das cheias na região, foi oficialmente autorizada, em evento realizado no Estaleiro Rio Grande (ERG), que contou com a presença do governador Eduardo Leite (PSD). No ato foi realizada a assinatura da ordem de serviço da intervenção.

O investimento é de R$ 437 milhões, considerado o maior do segmento na história do governo do Rio Grande do Sul. Com isso, serão removidos 12,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos oriundos das enchentes de maio de 2024. Os recursos são provenientes do Funrigs, fundo criado para enfrentar os impactos sociais, econômicos e ambientais da enchente de 2024, e integram o Plano Rio Grande. A previsão para a obra era março deste ano, mas novas cheias atrasaram o andamento do processo.

Dentro dos 15 meses de contrato, a expectativa é de que o total de sedimentos retirados ultrapasse 15 milhões de metros cúbicos. Essas intervenções integram um conjunto de investimentos de R$ 731 milhões voltado à recuperação da navegabilidade em diferentes pontos do Estado. As ações foram priorizadas após as enchentes de 2024, que intensificaram o acúmulo de sedimentos nas hidrovias gaúchas.

A dragagem abrangerá o canal externo, o canal interno e os berços do Porto Novo do Porto Organizado do Rio Grande. O escopo da obra inclui também o monitoramento ambiental ao longo de toda a execução. O contrato foi assinado com a empresa Van Oord.

Logística

Conforme a Secretária de Logística e Transportes, o canal de acesso a Rio Grande liga todos os terminais de uso privado, terminais arrendados e o porto público do município. Com isso, é responsável por receber toda a carga que chega ao Estado, concentrando o maior tráfego de embarcações.

De acordo com o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, o Porto do Rio Grande movimenta 45 milhões de toneladas através dos seus terminais. Com a dragagem, é garantido ao investidor uma atracagem e logística seguras. “Ele [investidor] vai poder acreditar no Rio Grande do Sul, que ao vir ao nosso complexo portuário, ele tem a capacidade de operar e assim vamos fortalecendo nosso papel de hub portuário”, disse.

O governador também destacou a qualificação na operacionalidade do Porto com o incremento da dragagem, que resultará na ampliação da capacidade competitiva do Estado. “Garantir as melhores condições de navegação para o porto é, portanto, fundamental para retenção e atração de investimentos, geração de empregos e desenvolvimento”, afirmou Leite.

Proteção contra as cheias

Durante o ato de assinatura do início da dragagem, o governador Eduardo Leite também anunciou o repasse de R$ 1,2 milhão para ações de proteção contra as cheias no município de Rio Grande. O recurso faz parte do programa Fundo a Fundo da Reconstrução, que integra o Plano Rio Grande, e será destinado para a contratação de serviços de hidrojateamento de 62,7 quilômetros de redes coletoras em diversos bairros do município, limpeza de 2,7 mil poços de visitas e 5,6 mil unidades de bocas de lobo.

A prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira (PT) afirmou que este é apenas o primeiro de vários projetos que o Executivo está encaminhando ao Funrigs. “É uma obra feita dentro da nossa rede de drenagem, que pode parecer invisível, mas é extremamente necessária para evitar transtornos à população. Outros projetos já estão sendo trabalhados em conjunto e serão apresentados em breve”, disse.

Leite reforçou que o montante de pouco mais de um milhão de reais parece pequeno, quando comparado com os mais de R$ 430 milhões da dragagem, mas que, por tratar-se da limpeza de canais de microdrenagem, o investimento faz toda diferença para aqueles que sofrem com alagamentos.

Coexistência de Portos

Questionado sobre o posicionamento do governo gaúcho em relação à disputa política e logística entre o Porto de Rio Grande e a construção do Porto do Arroio do Sal, no Litoral Norte gaúcho, o governador falou que o debate é amplo, que está acompanhando, mas que ainda levará tempo para ser implementado por requerer licenças e processos que ainda estão em curso. “As ideias não são incompatíveis. Há perfeita capacidade de convivência. O trabalho do governo do Estado, que é o gestor da empresa pública que é a Portos RS, é garantir que este porto aqui seja competitivo. Mas isso não significa que nós seremos contra uma iniciativa que vem do próprio setor privado para a instalação de um novo porto na região Norte”, afirmou.

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