Safra do fumo na Zona Sul tem boas expectativas, mas cultivo de inverno reduz

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Safra do fumo na Zona Sul tem boas expectativas, mas cultivo de inverno reduz

Projeção é repetir a última safra, de 70 mil toneladas, com possibilidade de crescimento de até 2%

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Safra do fumo na Zona Sul tem boas expectativas, mas cultivo de inverno reduz
Expectativa é manter os resultados da safra 2024/2025, com crescimento de 41,7% em relação a 2023/2024 (Foto: Jô Folha)

A produção de tabaco segue sendo uma importante atividade agrícola da região Sul do Estado, envolvendo mais de 10 mil produtores. Para a próxima safra, a expectativa é positiva: manter as 70 mil toneladas registradas na última colheita, com possibilidade de crescimento de até 2%.

Conforme a extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Márcia Vesolosquzki, em termos de área plantada, o crescimento neste ano foi em torno de 3%. “Ainda é cedo para falar em resultados, mas a indicação é de que a safra seja igual à do ano passado. Esperamos uma colheita muito boa”, reforça.

Atualmente, entre 60% e 65% das lavouras já foram transplantadas, e o desenvolvimento das plantas é considerado excelente, especialmente em Pelotas, onde há cerca de quatro mil hectares cultivados.

A agricultora Loni Zillmer Lemos destina quatro hectares ao plantio do tabaco. Com cerca de 90 mil mudas, 40 mil já foram transplantadas. Os produtores aguardam a chegada da chuva para dar prosseguimento à plantação. “Está muito seco. Conforme chove, vamos plantando o resto”, explica.

Já o agricultor Gerson Sperling possui oito hectares de tabaco na Colônia Aliança, em Pelotas. Na avaliação do produtor, até o momento os cerca de 120 mil pés vêm se desenvolvendo de forma satisfatória, e a expectativa para a safra 2025/2026 é positiva.

Boas práticas

Entre 60% e 65% das mudas já foram transplantadas na região (Foto: Divulgação)

Segundo Loni, uma das boas práticas que tem contribuído para qualificar o cultivo é a adubação verde. “Nos ajuda a evitar a erosão. Quando chove muito, contribui para que a terra não seja levada e aumenta a umidade”, explica. Para Sperling, o ponto mais positivo é a melhora na qualidade do solo, que não fica tão compactado.

Para Márcia, a prática gera resultados consistentes, contribuindo para a conservação do solo. “As fumageiras incentivam bastante, e os produtores estão conscientes da importância da cobertura verde”, destaca.

Safra de inverno

Segundo Márcia, o plantio do fumo de inverno vem diminuindo ano após ano. “A safra de inverno reduziu bastante o número de produtores, principalmente devido ao clima, que nos últimos anos não tem colaborado. Os agricultores têm se frustrado”, afirma. Atualmente, apenas cerca de 2% dos produtores ainda mantêm esse cultivo.

Enquanto regiões como Santa Cruz seguem apostando no fumo de inverno, no Sul do Estado a realidade é diferente. “Aqui, as produtividades não foram boas e a área reduziu muito. É possível que a safra de inverno acabe nos próximos anos”, projeta a extensionista.

Tarifaço

Apesar do otimismo, o setor acompanha com cautela os desdobramentos do chamado “tarifaço” no mercado norte-americano, um dos principais compradores da produção local. “Existe uma certa ansiedade entre produtores e fumageiras, visto que boa parte é absorvida pelo mercado americano. Eles acreditam que ainda é cedo para avaliar, mas há expectativa de melhora. Caso isso não ocorra, há confiança de que a produção seja absorvida por outros mercados, o que não é motivo de apavoramento”, avalia a extensionista.

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