“O recurso vem em 90% a 95% da comunidade”

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“O recurso vem em 90% a 95% da comunidade”

Lidiane Borges e Michel Burkert - Aapecan Pelotas

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“O recurso vem em 90% a 95% da comunidade”
Conforme Lidiane, hoje a casa tem 16 leitos. Burkert conta que a unidade fará 19 anos (Foto: Nátalli Bonow)

Lidiane Borges, assistente social da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan), e Michel Burkert, assessor de comunicação da instituição, falam sobre os 20 anos de atuação da Aapecan, o funcionamento da casa de apoio em Pelotas e o acolhimento aos pacientes oncológicos e familiares. Além disso, eles destacam a campanha “Sua Ajuda Mantém Vidas”, que busca reforçar o apoio da comunidade para a manutenção das atividades.

Como surgiu a Aapecan e como funciona o trabalho de acolhimento?
Lidiane Borges: A nossa Aapecan foi criada em Caxias do Sul já há 20 anos. A primeira sede foi em Pelotas, e já tivemos mais de 31 mil cadastros na região Sul. Somente neste mês de setembro realizamos 22 novos cadastros. O trabalho envolve acolhimento institucional e atendimento psicológico, tanto ao paciente quanto à família. Temos oficinas, atividades coletivas e criamos esse vínculo de rede de apoio, fundamental para enfrentar o tratamento.

E como funciona a casa de acolhimento?
Lidiane Borges: Hoje a casa de apoio conta com 16 leitos, em sede própria, oferecendo transporte, café da manhã, almoço, café da tarde e janta, tudo de forma gratuita. Atendemos pacientes de Pelotas e de mais 15 municípios da região. Além da hospedagem, oferecemos oficinas e um espaço de convívio que ajuda muito no processo de tratamento.

Há municípios com maior procura?
Michel Burkert: Rio Grande tem sua própria casa de apoio, mas Pelotas é a referência da metade sul, junto de Bagé e Camaquã, que têm apenas unidades de atendimento. Recebemos pessoas de vários municípios, inclusive de localidades mais distantes, como Dom Pedrito, além do interior de Pelotas.

Desde quando a casa de acolhimento funciona?
Michel Burkert: A unidade de Pelotas surgiu logo após a fundação da Aapecan, em 2004. A casa de apoio está completando 19 anos. Durante muito tempo funcionamos em espaços alugados, até conquistarmos a sede própria na Rua Bernardo Pires, 350, em frente ao Hemopel, inaugurada em 2023, construída com apoio da comunidade e parceiros.

Como as pessoas chegam até a Aapecan?
Michel Burkert: Muitas chegam por indicação da equipe médica, especialmente do Ceron, da Santa Casa, e da Famed. Também divulgamos nosso trabalho junto às prefeituras da região. Outras chegam por indicação de familiares e até de ex-usuários, que recomendam a instituição. Ao chegar, o paciente passa por um cadastro e acompanhamento das assistentes sociais, que avaliam as necessidades e formas de apoio.

Como a comunidade pode colaborar?
Michel Burkert: Hoje enfrentamos queda na arrecadação. A campanha “Sua Ajuda Mantém Vidas” busca mostrar a importância da contribuição. A instituição não recebe recursos fixos do poder público e se mantém basicamente com doações da comunidade e ações próprias, como rifas, bingos e a tradicional venda de mocotó. O recurso que mantém toda essa ação vem em 90% a 95% da comunidade. Sabemos que o momento financeiro é difícil, muitas pessoas diminuíram ou até pararam de doar, mas cada contribuição, por menor que seja, faz a diferença para manter o trabalho da Aapecan.

Lidiane Borges: Por exemplo, muitas vezes precisamos comprar suplementos alimentares para os pacientes, que custam cerca de R$ 45 o litro, com consumo mensal de até 50 litros. Então cada ajuda, mesmo pequena, ajuda muito a manter o atendimento.
Quais os contatos para quem quiser ajudar?
Michel Burkert: O endereço é Rua Bernardo Pires, 350, em frente ao Hemocentro. O telefone é (53) 3026-2965. Nas redes sociais, é possível acompanhar no Instagram @apecanmetadesul e no Facebook Aapecan Pelotas.

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